E a segurança em Brumadinho! Como vai?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Defesa Civil alerta para riscos de enchentes

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG) alerta para o risco de inundações, desabamentos e alagamentos na região Leste (Ipatinga, Governador Valadares e Caratinga), no Vale do Mucuri, na região do Campo das Vertentes, no Baixo Jequitinhonha e na Zona da Mata. O grande volume de chuvas dos últimos dias deixou o solo saturado e instável e, nessas regiões, a previsão é de chuvas intensas nesta quarta (29) e quinta-feira (30).

O meteorologista Ruibran dos Reis informa que as chuvas de intensidade moderadas e fortes acompanhadas de raios e rajadas de vento estão previstas para as regiões Noroeste, Norte, Central, parte Sul da Bacia do Rio Doce e Zona da Mata. Para as demais regiões são esperadas pancadas esparsas e de menor intensidade, com temperaturas em ligeiro declínio.

Auxílio

A Cedec/MG enviou equipes com ajuda humanitária e apoio técnico aos municípios de Entre Folhas, Santana dos Montes e região de Ponte Nova. O diretor de Comunicação da Cedec/MG, major Edylan Arruda, informa que o órgão está pronto para atender às necessidades dos municípios afetados. Foram enviadas para essas cidades produtos como colchões, cestas básicas, cobertores, roupas e kit de limpeza para complementar as ações e minimizar os efeitos das inundações.

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) integra a equipe de ajuda humanitária disponibilizando para a cidade de Cataguases, na Zona da Mata, dois caminhões pipa. Cada um tem capacidade de distribuição de seis litros de água em cada vez. O produto está sendo usado na limpeza de ruas e casas.

Levantamento da Cedec/MG mostra que, já foram registrados dez óbitos em todo o Estado, no período chuvoso de novembro a dezembro deste ano. As mortes ocorreram em Belo Horizonte, Visconde do Rio Branco, Santa Maria do Suaçuí, Juiz de Fora, Cataguases, Barbacena, Lajinha e Ponte Nova.

Dos 36 pedidos de situação de emergência feitos por municípios afetados, cinco foram reconhecidos e dois homologados. Em todo o Estado 259 pontes foram danificadas e 38 destruídas.

Para informações ou comunicados a Cedec/MG atende nos telefones (31) 3915-0274 (emergência); fax: (31) 3915-0998; e-mail cce@defesacivil.mg.gov.br e site www.defesacivil.mg.gov.br.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Potencial Turístico do Vale do Paraopeba III

Por Antônio de Paiva Moura - Jornal Circuito Notícias

Brumadinho

No meio natural como atração turística relacionam-s as cachoeiras da Costa, Toca de Cima, Águas Claras, Córrego do Feijão, Santa Cruz, Areão, Alcebíades, Carrapatos e Marques. A Serra da Moeda, onde se pratica vôos de asa delta conta com vistas deslumbrantes em diversas fases do dia, além da rica flora e de curiosa fauna.
Entre as atrações arquitetônicas destaca-se, no centro da cidade, a residência da família Fernandes do Carmo que conserva estrutura de uma fazenda com o curral, a casa com varanda e o paiol. Outro casarão importe é a casa da cultura, onde no passado foi sede do Colégio Padre Machado. Fazenda dos Martins construída em alvenaria de pedra lavrada, com varanda em balanço, construída no século XVIII; Fazenda Três Barras, com bela varanda frontal, edificada no século XX, ambas no distrito de São José do Paraopeba.
A matriz de Nossa Senhora da Piedade que passou por diversas modificações desde o século XVII e estabilizou-se na quarta fase do barroco mineiro. A Igreja de N. Senhora do Rosário, na mesma localidade, também passos por muitas reforma. Referência também para a pequena matriz de São José do Paraopeba.
As festas mais significativas de Brumadinho são a do padroeiro São Sebastião, no dia 20 de janeiro, no largo da matriz. Sempre abrilhantada pela centenária banda de música São Sebastião. Jubileu de Nossa Senhora da Piedade em 8 de setembro de cada ano. Todo povoada do município tem uma festa anual, a exemplo da festa de produção agrícola de Marinhos e a Festa do Rosário na comunidade de Sapé.
Brumadinho conta com um centro de atração turística de âmbito nacional e internacional que é o Instituto Inhotim. Além de importante jardim botânico, o instituto mantém ensino de arte e o mais importante museu de arte contemporânea do Brasil.

Crucilândia

Com relação ao meio natural, Crucilândia conta com muitas cachoeiras no ribeirão Águas Claras e nas cabeceiras do Rio Manso, entre as quais Bibocas, Machado, Amorins e Zé Ventura. Destaque também para os picos da Pedra de Sesmaria, com 1129 metros de altitude e o Novo Mundo, com 1250 metros.
Na arquitetura, a edificação mais importante e a matriz de Santa Cruz, construída no mesmo lugar da antiga capela. Sua planta baixa é em forma de cruz, simbolizando a Santa Cruz.
Com relação às festas religiosas, a Festa de São Geraldo que é de caráter puramente devocional, tornou-se a mais importante de Crucilândia. Em segundo lugar vem a festa da padroeira Santa Cruz, no dia 3 de maio.
O Festival de Carro de Bois de Crucilândia, que é realizado no último fim de semana do mês de julho, tornou-se o evento de maior atração. O desfile de carro de bois enche as ruas de apreciadores. Há sempre uma grande atração de música sertaneja com entrada franca, como Banda Cheiro de Amor e Zezé de Camargo e Luciano.

Moeda

A primeira atração natural do município de Moeda é, sem dúvida, a Serra da Moeda, de onde avistam sete cidades e todo o Médio Paraopeba. O Ribeirão da Serra, por sua declividade proporciona diversas cachoeiras, entre as quais a da Ponte, Paulinho, Fundão e Limoeiro.
Os povoados mais antigos que deram origem ao município são Vila Coco, Porto Alegre e Pessegueiro, onde são encontradas edificações mais antigas. Na cidade existem algumas casas comerciais de arquitetura popular tradicional. O edifício historicamente mais importante é a estação ferroviária.
Na Vila Coco, destaca-se a capela do Senhor Bom Jesus, com cruz frontal em alvenaria de pedra.
As festas mais importantes são: Festa de Nossa Senhora do Rosário em 12 de outubro, com apresentação de congados. A Festa do Bom Jesus em Porto Alegre, no mês de setembro e a chamada Festa do Coco, em junho.

Piedade dos Gerais

O Rio Macaúbas proporciona ao município três cachoeiras de águas cristalinas como Encontro, Pássaros e da Piedade dos Gerais.
Na praça principal existem alguns casarões em estilo colonial.
A Festa da Padroeira Nossa Senhora da Piedade, que antigamente era 15 de agosto perdeu a tradição. Agora a festa principal é de N.S. Aparecida, no dia 12 de outubro. Peregrinação permanente no Vale da Imaculada Conceição, onde foi edificado um nicho e de pedra em forma de gruta.
O evento mais importante é a festa dos agricultores, que é no dia 7 de setembro, com shows de música sertaneja, bailes públicos, desfile de carro de bois e feiras.

Referências

MARTINS, Tarcísio. Fazenda Boa Esperança em Belo Vale. Belo Horizonte: Autor, 2007.
MOURA, Antonio de Paiva. Diagnóstico do patrimônio cultural de Bonfim. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 2005.
Antonio de Paiva Moura é professor da Escola Guignard - UEMG

*Antônio Moura - Historiador

O Potencial Turístico do Vale do Paraopeba II

Por Antônio de Paiva Moura - Jornal Circuito Notícias


Rio Manso

O Rio Manso que corta o município, contava com a Cachoeira dos Antunes, mas deixou de ser um fenômeno somente natural e transformou-se na barragem artificial.
A igreja matriz de Santa Luzia é de etilo neo-gótico. Prevalece na cidade a arquitetura popular tradicional.
O município é pródigo em eventos turísticos, como a Festa de Rodeio, na primeira quinzena de dezembro. A Festa da Couve Flor, na primeira semana de agosto.
Entre as festas religiosas destaca-se a Festa de Santa Luzia, nos dias 12 e 13 de dezembro, com apresentações de folias de reis dos municípios visinhos. Muito folclórica é a Festa de Santa Cruz, no dia 3 de maio, com apresentação de congados em frente à capela do povoado de Bernardas. A capela e a cruz são cobertas com ornatos de papel colorido.
Belo Vale

Entre as atrações naturais destaca-se o balneário Cachoeira do Moinho, a Norte o município. O restaurante e o salão de festas foram edificados sobre as corredeiras da cachoeira. Em volta, as quadras de cimento e de areia para práticas esportivas. Na fazenda Boa Esperança encontra-se bem cuida, a cachoeira do ribeirão que passa em capoeira ao fundo.
Belo Vale conta com diversas edificações históricas, tanto de caráter civil quanto religioso. O primeiro é a Fazenda Boa Esperança, localizada a 6 km a Leste da cidade. Foi construída por Romualdo José Monteiro de Barros, Barão de Paraopeba, figura muito influente na política provincial mineira. Inaugurada logo depois da Independência do Brasil, a Boa Esperança é um verdadeiro palácio rural. (MARTINS, 2007) Casarão dos Araujo, sobrado da praça, construído em 1929 e cedido à prefeitura municipal, com a criação da cidade, 1938. Casarão em estilo colonial que abriga o Museu do Escravo, com aproximadamente 3000 peças alusivas à escravidão.
A Igreja de Santana construída no alto de uma montanha, a pedido de Manoel Teixeira Sobreira e seu sócio Manoel Machado, possivelmente, em 1735. A fachada da primitiva capela foi alterada no século XIX perdendo o caráter barroco primitivo. Capela de N. Senhora da Boa Morte, no povoado do mesmo nome. Trata-se de edificação própria da primeira fase do barroco mineiro, com a sineira separa da nave. Igreja matriz de São Gonçalo, construída na segunda metade do século XVIII. Guarda características de edificação da segunda fase do barroco mineiro.
Entre as festas de Belo Vale destaca-se a Festa de Santana, no dia 26 de julho. É a maior peregrinação de devotos da região. Pode-se dizer que a festa mais apreciada pelos paraopebanos. A celebração da Semana Santa vem aumentando a presença de público atraído pelas encenações da paixão de Cristo.

Bonfim

As principais atrações naturais do município de Bonfim sãos a cachoeiras do Rio Macaúbas. A mais importante a cachoeira do Benjamim, povoado de Macaúbas de Baixo, distrito de Vargem Alegre. Conta com amplo estacionamento de veículos e praias nas margens das corredeiras.
A cidade de Bonfim conta com belos casarões do século XIX que conservam as técnicas e a estética do barroco. A influencia de Belo Horizonte proporcionou a presença de diversos casarões ecléticos com varanda ao lado e vidraças de guilhotina.
A igreja matriz de Senhor do Bonfim é o monumento mais importante, com característica da quarta fase do barroco mineiro. A segunda é a igreja de Nossa Senhora do Rosário e a terceira é a capela dos Passos, em estilo “art décor”. Na sede do distrito de Vargem Alegre, a matriz de Santo Antonio, em estilo neo-gótico, conforme projeto arquitetônico do italiano Vicente Fratezzi, datado de 1922.
Entre os eventos religiosos merece destaque a Festa de Senhor do Bonfim, no dia 15 de agosto, cujo ponto mais belo é a procissão luminosa, na qual todos os fiéis levam círios acesos. A segunda é a Festa de Santo Antonio, no distrito de Vargem Alegre. No domingo que antecede o dia 13 de junho, milhares de cavaleiros dos municípios visinhos desfilam pelas ruas da vila. (MOURA, 2005)
O carnaval a cavalo é o evento mais importante. Trata-se de tradição derivada do antigo auto de cavalhada. Desde o século XIX deixou de fazer parte das festas religiosas e no século XX se incorporou ao carnaval. Os cavaleiros desfilam ricamente fantasiados e mascarados recebendo

O Potencial Turístico do Vale do Paraopeba

Por Antônio de Paiva Moura - jornal Circuito Notícias


Características do Médio Vale do Paraopeba

A microrregião do Médio Paraopeba, localizada nas confluências da Metropolitana de Belo Horizonte e dos Campos das Vertentes, se caracteriza por dois aspectos fundamentais como potencial turístico: o natural e o cultural. A microrregião em destaque é composta pelos municípios de Belo Vale, Bonfim, Brumadinho, Crucilândia, Moeda, Piedade dos Gerais e Rio Manso.
Do ponto de vista natural trata-se de uma das formações geológicas mais antigas do Mundo. O solo e o subsolo formados nas eras pré-cambriana e paleozóica. A margem direita do Rio Paraopeba é a mais antiga com presença de rochas que vão de três bilhões a 600 milhões de anos. Nessa facha que vai da crista da Serra da Moeda até o leito do Rio Paraopeba onde se encontram as maiores jazidas de mineiro de ferro de Minas Gerais. Na margem esquerda do Paraopeba encontram-se os gnaisses de origem magmática, cuja erosão iniciada a 500 milhões de anos descobriu enormes penhascos de granito. Da decomposição dessa rocha resulta a terra chamada latossolo, apropriada ao cultivo de capim, milho, cítricos e outros frutos. Em face de tais propriedades, desde os primórdios da colonização de Minas, a margem esquerda do Paraopeba foi importante no abastecimento da capital Ouro Preto a atual, Belo Horizonte. Além disso, a abundância de granito proporciona enormes lençóis freáticos multiplicando as nascentes e hidrografia de águas cristalinas, razão pela qual todos os municípios da região contam com belas e inumeráveis cachoeiras. As belas montanhas da região proporcionam vôos de asa delta, MotoCross e alpinismo.
Do ponto de vista histórico, o Médio Paraopeba é muito significativo, de vez que abrigou temporariamente os desbravadores sertanistas em busca de Ouro, diamante e pedras preciosas. Com o esgotamento das jazidas superficiais de ouro houve um surto migratório para a região em busca de espaço para agricultura e pecuária. O príncipe regente, Dom João VI incentivou as migrações e as imigrações para a região. Diversos portugueses aproveitaram o incentivo e se estabeleceram na região própria para pequenas fazendas. As inúmeras nascentes d’água permitiam a mecanização da produção de farinha de mandioca, fubá de milho, monjolos para pilar arroz, mamona, café e engenhos de cana para fabricação de açúcar e aguardente. Mineiros e portugueses que povoaram a região trouxeram sua cultura, bem como o gosto pela equitação, música, festas religiosas, folguedos. Além disso, os migrantes e imigrantes marcaram o Médio Paraopeba com uma culinária baseada nos vegetais e animais produzidos na região.
Outro aspecto que privilegia a referida microrregião é a infra-estrutura. Ao Leste é servida pela rodovia BR 040, de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, que se encontra em bom estado de conservação. Ao Oeste é cortada pela rodovia BR 381, Belo Horizonte São Paulo. Ao meio a rodovia MG 040, asfaltada até Brumadinho. A ferrovia que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro tem estações em Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, Cidade de Brumadinho, povoados de Alberto Flores, Marinhos, cidades de Moeda e Belo Vale. Todos os municípios são ligados às rodovias e às estações ferroviárias por estrada vicinais. Todos os municípios são servidos de postos médicos municipais e estaduais. O sistema de telefonia móvel e fixa encontra-se interligado ao DDD 31.

A Descoberta do turismo na encosta da serra

Por Marcela Azevedo – HT Operadora de Turismo

É sempre assim. À medida que você vai saindo de Belo Horizonte pela Rodovia BR 040, sentido Rio de Janeiro... fica bem ali, como diz todo bom mineiro...
Por este caminho, encontramos três entradas: Casa Branca, Piedade do Paraopeba e Encosta da Serra. Matas preservadas, clima ameno e serras cheias de nascentes.
Estamos falando de Brumadinho, um município localizado à 60km de Belo Horizonte que guarda muita história, natureza e arte.
Descobri-la é tarefa das mais simples e gostosas. A diversidade de atrativos e paisagens do município revela várias atividades turísticas para todos os tipos de público.

Piedade do Paraopeba

A vila setecentista é um dos povoados mais antigos de Minas. Está ao pé da Serra da Moeda, cercada de uma natureza bela e generosa. Formou-se em decorrência de bandeiras que cruzaram o Vale do Rio Paraopeba em busca de metais preciosos e da sonhada Serra das Esmeraldas, que nunca foram encontrados. Piedade do Paraopeba é um recanto tranquilo de Brumadinho. A Praça da Matriz, uma rua principal e algumas ruelas perpendiculares formam o pequeno e modesto vilarejo, apropriado aos que buscam descanso em lugares assim. Alguns casarões coloniais de fachada ainda original testemunham parte de sua memória histórica. Há também uma pequena capela, da mesma época da Matriz, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, provavelmente de origem na confraria dos escravos do lugar. Mesmo tendo perdido suas características setecentistas, a capela ainda conserva os acessos e parte dos muros em pedra que a cercam. É ali que ocorrem, em outubro, os festejos do Reinado de Nossa Senhora do Rosário.
Gente simples e acolhedora, uma parte dedica-se à extração do minério de ferro, outra cultiva frutas, mantém criações e produz alimentos e bebidas, e há os que modelam peças em cerâmicas, confeccionam tapetes, bordam, fazem tricô e outros trabalhos manuais. Escola, posto de saúde, casa paroquial, restaurantes de comida caseira e um pequeno comércio complementam Piedade. Mas é a imponência da Matriz que confere uma sensível atmosfera religiosa à Vila, tornando-a apropriada às reflexões, meditações, orações e agradecimentos dos devotos por graças alcançadas ou por pedidos à Mãe Piedade.
A religiosidade é uma das tradições no município de Brumadinho e o seu histórico distrito de Piedade do Paraopeba tornou-se um centro de romaria para devotos a Nossa Senhora da Piedade. Inaugurada em Setembro de 2010, a Via das Sete Dores de Maria.
Gastronomia: Em seu entorno encontramos excelentes restaurantes que vão desde a tradicional cozinha mineira até a peculiar cozinha árabe.
Atrativos e Atividades Túristicas Recomendadas: Cavalgadas, caminhadas, vôo livre de parapente, mountain bike, Julileu de Nossa Senhora, Via das Sete Dores de Maria e os encontros de congado em setembro e outubro.

Casa Branca
Casa Branca tem uma relação direta com Piedade do Paraopeba. Foi de Piedade do Paraopeba que as tropas seguiam por trilhas dos sertões passando pela Casa Branca a procura de pedras ricas. Suspeita-se que ainda no século XVIII esta região tenha sido ocupada por contrabandistas de ouro que teriam construído uma fundição de moedas “falsas” para escapar dos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa. A edificação se tornou conhecida como “Forte de Brumadinho”, cujas ruínas estão situadas na Serra da Calçada. A primeira data de referência encontrada é do ano de 1728, quando as terras, onde hoje existe o povoado de Casa Branca, pertenciam ao Senhor Anastácio das Neves Ribeiro, passando a pertencer, em 1768, ao Senhor Custódio Pereira Coelho. O nome “Casa Branca” deve-se à presença da edificação mais antiga da região, onde funcionava uma escola. Podendo ser avistada do Alto da Serra, a escola foi legitimada como referência para as tropas que levavam mercadorias dos diversos povoados existentes na Serra da Moeda para Belo Horizonte e Ibirité.
Atualmente, Casa Branca vem se destacando com a área de hospitalidade turística. Cercada por pousadas bem aconchegantes, uma praça e bons restaurantes. O lugar ideal para descansar e namorar.
Gastronomia: Possui uma gastronomia simples e saborosa, destacando-se um restaurante que serve peixes e frutos do mar até um restaurante típicamente mineiro localizado em seu entorno.
Atrativos e Atividades Túristicas Recomendadas: Caminhadas, arvorismo, cachoeiras, mountain bike, e o festival gastronômico Brumadinho Gourmet realizado em setembro

São José do Paraopeba
A Vila está situada numa encosta da Serra da Moeda, às margens do Rio Paraopeba. Teve sua formação no início do século XVIII. O distrito de São José do Paraopeba abriga povoados como: Quilombo do Sapé, Marinhos e Ribeirão, assim como Martins, onde encontramos a Fazenda dos Martins. Um casa de fazenda do século XVIII que se tornou uma das mais ricas e importantes propriedades rurais da época da Colônia. Foi tombada pela IEPHA em 1977 e era conhecida como Fazenda Boa Vista.
Atrativos e Atividades Túristicas Recomendadas: A potencialidade turística do distrito está relacionada com uma das grandes vocações do município de Brumadinho, a produção de cachaça artesanal de qualidade. É em São José do Paraopeba onde é produzida a famosa Cachaça Boa Vitória, exportada para todo o mundo. Outro destaque é o Quilombo do Sapé, formado por descendentes de escravos libertos. A forte herança africana guarda fortes traços da cultura negra. As festas de manifestações folclóricas como o Congado, Folia de Reis, Guarda de Moçambique, Festas da Consciência Negra e a Festa de Sâo Benedito são grandes encontros culturais e turísticos.

Brumadinho é uma cidade em desenvolvimento

O município de Brumadinho nasceu como povoado no início do século XX e em 1938 nasceu como cidade emancipada. O povoado de Brumadinho surgiu em decorrência da construção de uma estação do Ramal do Paraopeba da estrada de Ferro Central do Brasil. Em decorrência da Lei Federal nº 311, de 02 de março de 1938 – que reorganizou o quadro territorial do pais, o Governo de Minas Gerais baixou o Decreto-Lei nº 148, de 17 de dezembro de 1938, criando o Municipio de Brumadinho.
Atrativos e Atividades Túristicas Recomendadas: Estação Ferroviaria, Casa de Cultura Carmita Passos e o Inhotim.

Brumadinho se prepara para a economia do turismo

Com a âncora Inhotim situada em Brumadinho, com a rede de empresários que se reúne sistematicamente desde 2008, com o Circuito Veredas do Paraopeba e com uma Secretaria de Turismo municipal, Brumadinho está pronto para formar uma base planejada entre os pontos turísticos, com um sistema de atividades interdependentes, ou seja, uma cadeia turística com um conjunto de empresas e com elementos materiais e imateriais que realizam atividades ligadas ao turismo, através de um roteiro turístico coordenado por agência de turismo. Incluindo neste roteiro, o turismo cultural e, nele, o turismo de base comunitária, e ainda nele, o turismo nas comunidades remanescentes quilombolas. Brumadinho precisa explorar este campo, já que no município existem quatro comunidades quilombolas inseridas no distrito de São José do Paraopeba. Curiosamente, a sede de São José do Paraopeba, que era um grande centro econômico antes da era do minério de ferro e, que perdeu campo com a construção da estrada de ferro em Marinhos, um povoado de seu distrito, agora vê a possibilidade de voltar ao cenário, através de suas comunidades quilombolas. Há de se recordar que os remanescentes de Brumadinho possuem cultura preservada e, que foram eles os edificadores das construções centenárias que ainda estão em pé no município, caso da histórica Fazenda dos Martins, também localizada no distrito de São José do Paraopeba.

Brumadinho e o turismo de base comunitária

Desde 2008 que os empresários de Brumadinho começaram a se reunir para a formação de uma rede turística em Brumadinho e cidades do entorno, através de iniciativa da Diretoria de Inclusão Social do Inhotim.
Os grupos já participaram de curso de Marketing e Turismo, realizado pelo Senac na pousada Vista da Serra em Casa Branca e também de encontros para discussão de mudanças e inovações. A proposta destes encontros é oferecer para esse grupo seminários temáticos que discutam assuntos pertinentes ao setor turístico. Em um segundo momento, houve a realização de um intercâmbio de experiências, com a visita do grupo de empresários a outros destinos turísticos.
Para o coordenador do Centro de Pesquisa, Planejamento e Desenvolvimento do Senac, Vinícius Márcio Horta, "uma localidade só é interessante para o turista se for interessante para sua comunidade. Sob a ótica da economia, o destino turístico é um produto e, portanto, temos que estar preparados para receber o turista".
É aí que entra o turismo de base comunitária que é o que as comunidades têm para apresentar ao turista. E Brumadinho tem uma ampla bagagem em base comunitária. Os povoados quilombolas têm cultura, história, gastronomia, com suas danças e crenças e costumes particulares e comunitários que são grandes atrativos turísticos.
Os distritos e os povoados de Brumadinho também têm suas particularidades desenvolvidas no âmbito da comunidade que também devem ser exploradas. Córrego do Feijão tem sua comida típica. Conceição de Itaguá tem tradição em confecção de calçados manuais. E, assim por diante. Os restaurantes espalhados pelas comunidades do interior procuram enfatizar estas particularidades do município e, os que fazem isso estão se dando bem.
O turismo de base comunitária é a valorização do que a comunidade tem para apresentação ao público. Esta valorização tem que partir através da própria comunidade.
No Instituto Inhotim foram realizados dois seminários de Turismo de Base Comunitária neste ano de 2010.
Através do trabalho das lideranças no assunto turismo em Brumadinho já é possível notar uma diferença na cidade. O turismo é um alvo que está unindo os segmentos. Brumadinho já recebe turistas em seu território, já tem agência de turismo fazendo roteiros e explorando roteiros, já está com cidades interligadas através de Circuito, já possui uma rede de empresários que estão se entrosando, já possui uma âncora turística e o principal: tem uma Secretaria Municipal de Turismo e Cultura. Agora é esperar para que as estratégias sejam efetivadas até 2014.

Minas tem um mar de variedades para o turismo

Os turistas do primeiro, segundo e até terceiro mundo com condições de fazer uma viagem de continente a continente, não saem a procura do que têm em sua terra. Querem conhecer as particularidades do país que visitam. Razão disso é o que vimos este ano na cobertura televisiva da Copa do Mundo realizada na África. Reportagens divulgaram que os centros comerciais não atraíram tanto como a rede hoteleira, os restaurantes, os museus, os pontos turísticos, a cultura, o artesanato. Os empreendedores do segmento turístico comemoraram a visitação, enquanto os centros comerciais não.
Certamente o grande público que virá para o Brasil também terá o objetivo de conhecer o particular do Brasil: gastronomia, cultura móvel e imóvel, cidades históricas, pontos históricos das cidades, turismo de aventura, turismo rural, ecoturismo, enfim, uma infinidade de atrativos.
O Brasil com seus 5.561 municípios, clima diversificado, que vai da neve, em Santa Catarina, às temperaturas tropicais do Nordeste e uma natureza variada, o país oferece múltiplas possibilidades e vários “brasis em um só”.
Entretanto as cidades do Vale do Paraopeba estão se organizando para isso. Ainda no começo, mas o primeiro e grande passo foi a descoberta que juntas podem muito mais do que sozinhas. Brumadinho, Bonfim, Belo Vale, Moeda, Rio Manso, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itaguara e Mário Campos, estão conveniadas ao Circuito Turístico Veredas do Paraopeba e fazem parte da estratégia do governo do desenvolvimento turístico através da regionalização do turismo. Mas, tem pouco tempo para colocar a casa em ordem para fazer parte do “bolo turístico” da Copa do Mundo. Um grande exemplo são as estradas de ligação entre estas cidades que precisam ser estruturadas para estar em boas condições de trânsito para o evento, mas uma boa notícia é o trem de passageiros que, provavelmente, estará reativado até lá. Esta é uma grande vantagem, também, das cidades do Vale do Paraopeba. O trem, com itinerário de Belo Horizonte a Lafaiete, passa por várias cidades interligadas e, com isso, facilitará o acesso dos turistas aos pontos turísticos.
A volta do trem de passageiros é uma vontade antiga dos moradores do Vale do Paraopeba, inclusive dos brumadinhenses.
Seguindo o plano de revitalização das ferrovias, o BNDES realiza estudos em vários trechos ferroviários pelo Brasil para torná-los viáveis novamente.
Com os novos rumos que a região toma hoje, inclusive com a visão no trunfo da Copa do Mundo, com as conquistas de títulos de comunidades remanescentes quilombolas e com a variedade de segmentação turística que o Vale do Paraopeba tem a seu favor, os trens de passageiros são uma necessidade para o desenvolvimento turístico/econômico, social e cultural.
Já para os empreendedores do Vale, esta é uma grande chance de transformar casas antigas, casarões, fazendas e sítios em pousadas e hotéis. Até Belo Horizonte está aproveitando seus imóveis antigos para atrair público. Exemplo é o prédio do Ipsemg em Belo Horizonte que será transformado em Hotel 5 estrelas. Temos tantos exemplos pelo mundo afora de construções antigas, estâncias, palácios e casarões seculares que foram transformadas em hotéis e que hoje são os preferidos dos turistas.
Na região do Vale do Paraopeba há muitas construções seculares que podem ser transformadas em restaurantes, bares, cafés, pousadas que atiçarão a curiosidade do turista que virá para cá em 2014 e pós 2014.
Só mesmo através de uma organização/estruturação para Brumadinho marcar junto com o Brasil e Minas Gerais um gol de placa no turismo.

O turismo chega ao Vale do Paraopeba

Se há pouco tempo se estabeleceu uma lei que unifica o turismo brasileiro e, se foi apenas no século passado que o turismo começou a ser discutido no Brasil, era de se esperar que o turismo fosse discutido nas cidades do interior praticamente no século XXI. Nas cidades do Vale do Paraopeba está sendo assim. Aliás, em Minas Gerais está sendo assim.
Foi apenas no dia 28 de outubro de 1999, final do século XX, que foi criada em Minas Gerais a primeira secretaria de Estado para tratar exclusivamente do turismo mineiro – a Setur. Esta Secretaria foi criada com a finalidade de fomentar a atividade turística. Como Minas Gerais é um estado extenso, maior que a dimensão de muitos países e, praticamente do tamanho da França, a secretaria tratou logo de incrementar o turismo regional criando os circuitos turísticos.
O Circuito Turístico é um conjunto de municípios de uma mesma região, com afinidades culturais, sociais e econômicas que se unem para organizar e desenvolver a atividade turística regional de forma sustentável, através da integração contínua dos municípios, consolidando uma atividade regional.
Para o Estado é mais fácil tratar do turismo de forma regional do que particular. Ou seja, se as cidades localizadas no Vale do Paraopeba precisam de asfalto em rodovia, asfalto em estradas de ligação de municípios, é mais fácil atendê-las unidas do que uma a uma. Normalmente, as cidades regionais têm características culturais, históricas, geográficas e econômicas semelhantes, por isso a divisão de Minas Gerais em circuitos está favorecendo o desenvolvimento turístico no Estado.
O vale do Paraopeba também está organizado através de um circuito turístico denominado Circuito Turístico Veredas do Paraopeba. Ele foi instaurado em 2001 com sede em Brumadinho e, foi reativado em novembro de 2008, também com sede em Brumadinho. O Circuito Veredas do Paraopeba fecha o ano de 2010 integrado pelas cidades de Brumadinho, Belo Vale, Moeda, Bonfim, Rio Manso, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itaguara e Mário Campos: cidades que certamente são cidades irmãs, primas ou parentes.
O Circuito Veredas do Paraopeba foi certificado pelo Estado no dia 9 de abril de 2010. Neste dia, a secretária de Turismo, Érica Campos Drumond, informou que os municípios certificados receberão sinalização rodoviária indicando roteiros e regiões. Informou ainda que será apresentado um estudo de competitividade de Brumadinho e região, que apontará deficiências e quais pontos devem ser melhorados. As cidades estarão credenciadas a participar de feiras no mercado doméstico e um operador passará a ofertar o circuito no Brasil e no exterior. “A ideia é que o turista que vir a Inhotim, por exemplo, fique mais tempo para aproveitar as cidades do entorno”, afirmou.
Logo de posse do certificado, o Circuito Veredas do Paraopeba participou do 3º Salão Mineiro de Turismo de Minas Gerais, no MinasCentro, onde junto aos outros circuitos mineiros, apresentou as suas potencialidades turísticas ao mercado.
Entretanto, a maior parte das cidades integradas no Circuito Veredas não possui uma Secretaria para tratar exclusivamente da pasta Turismo. Brumadinho, por exemplo, que é a cidade-sede do circuito turístico implantou, pela primeira vez, em 2009, como promessa de campanha do prefeito Neném da Asa, a primeira Secretaria de Cultura e Turismo da cidade. Antes, o turismo era departamento e, antes ainda, era apenas uma sigla que compunha um emaranhado de nomes de uma só Secretaria. Em 1993, por exemplo, era apenas um nome interligado a secretaria de Esportes e Lazer, que funcionava muito bem nestes segmentos, mas que não tinha incentivo municipal, estadual ou nacional, normatizado para seu desenvolvimento do turismo. Mas, a partir de 2003, o departamento do Turismo começou a engatinhar no turismo, findando 2008 com um panorama e algumas diretrizes. Agora, Brumadinho tem uma Secretaria de Turismo, é sede de um Circuito Turístico Regional e tem uma âncora turística: o Instituto Inhotim que consegue atrair mais de 10 mil visitantes, em um só feriado.

Inhotim é âncora do turismo em Brumadinho

As cidades do Vale do Paraopeba cercadas pelas cadeias de montanhas, pelo rio Paraopeba e seus afluentes, têm história que remontam a época das Entradas e Bandeiras. E, se Fernão Dias não encontrou as sonhadas esmeraldas por aqui, as entradas e bandeiras acharam muito ouro na região de Ouro Preto e muitos diamantes em Diamantina. Na região do Vale do Paraopeba, aflorou bem mais tarde, uma grande riqueza, que não era sonho dos bandeirantes e, que nada mais é do que o minério de ferro.
Durante o século XX o minério de ferro foi a principal economia das principais cidades do Médio Paraopeba e, ainda é no século XXI.
Entretanto, as cidades criadas na época das Entradas e Bandeiras conseguiram preservar grande parte de sua riqueza natural e, esta riqueza é a onda que mais atrai turista atualmente, justamente porque oferece espaço para a segmentação turística de todos os gostos. Além disso, estas cidades têm cultura e história.
Pouco a pouco, mais precisamente de15 anos para cá, empresários do turismo descobriram o potencial que estes municípios têm e, com visão abrangente, construíram pousadas, hotéis fazenda, haras, restaurantes, bistrôs: estabelecimentos que são muito frequentados por moradores da classe média alta de Belo Horizonte. Em Casa Branca há até mesmo um campo de golfe.
O turismo em Brumadinho foi se desenvolvendo em carreira sólo pelo Vale do Paraopeba afora. Percorrendo as estradas de terra é possível encontrar estâncias escondidas dentro do Vale, que muito turista não imagina. Mas, que a partir de um roteiro turístico, terá a possibilidade de conhecer.
Foi somente em 2010 que as cidades do Vale do Paraopeba perceberam que precisam unir forças para alavancar este novo segmento econômico que surge no Brasil.
Certamente, como Minas Gerais está sendo dividida turisticamente em regiões, as cidades precisam de uma âncora para atrair turistas, que por sua vez, através de uma cadeia turística com roteiros interligados, poderão levá-los a conhecer outros pontos turísticos.
Brumadinho e o Vale do Paraopeba foram presenteados recentemente com uma grande âncora turística, que é o Instituto Inhotim. Aliás, Minas Gerais e o Brasil foram presenteados com esta inovadora atração turística. A sorte de Brumadinho é que este museu conhecido mundialmente está situado em sua seu território, no distrito de Conceição de Itaguá.
Criado em 2004, o Instituto Inhotim tem uma das mais importantes coleções de arte do mundo, com obras de artistas contemporâneos que atraem turistas, também do mundo inteiro. Na história de Brumadinho é a primeira vez que se registra a visita de tantos turistas do Brasil e do mundo. Para se ter uma idéia, com toda a bagagem turística que Brumadinho tem desde a sua emancipação, há 72 anos e, desde a fundação de seus primeiros arraiais, há 300 anos, o nome de Brumadinho era praticamente desconhecido nos outros estados brasileiros e, quiçá, do mundo. Agora, com a inauguração do Inhotim Brumadinho é conhecido em todo o país, e mais, o nome do município está projetado internacionalmente.Inhotim é a âncora turística que toda cidade brasileira gostaria de ter em seu território.
Desde que foi apresentado a públicos dirigidos, em 2004, Inhotim está em contínua transformação. Em outubro de 2006, com estrutura completa para sua inauguração ao grande público, a instituição abriu as portas para visitas em dias regulares, sem a necessidade de agendamento prévio.
Desde sua implantação a Instituição está comprometida com o desenvolvimento da comunidade. Sua coleção botânica e acervo de arte contemporânea são utilizados sistematicamente para projetos educativos e para a formação de profissionais de áreas ligadas à arte e ao meio ambiente. Inhotim também participa ativamente da formulação de políticas para a melhoria da qualidade de vida na região, seja em parceria com o poder público ou com atuação independente. Um exemplo de atuação é a pavimentação das ruas da comunidade quilombola do Sapé, situada no distrito de São José do Paraopeba, em Brumadinho.

Arte Contemporânea e jardim botânico

O acervo do Inhotim vem sendo formado desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente dos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo Jardim Botânico.
Os espaços expositivos são divididos entre treze galerias dedicadas a obras permanentes, outras quatro para obras temporárias e diversas obras de arte espalhadas pelos jardins do Inhotim. Bienalmente uma nova mostra temporária é apresentada, com o intuito de divulgar as novas aquisições e criar reinterpretações da coleção, e novos projetos individuais de artistas são inaugurados, fazendo de Inhotim um lugar em constante evolução.
Já a área total do Jardim Botânico Inhotim, em constante crescimento, está distribuída em seus dois principais acervos: reserva natural, com 300 hectares de mata nativa conservada, e área de visitação, com 100 hectares de jardins de coleções botânicas e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área.
Mas os jardins de Inhotim não são somente um local de contemplação estética. É neste contexto de rara beleza que Inhotim realiza estudos florísticos, catalogação de novas espécies botânicas, conservação ex situ e uso paisagístico de espécies como forma de sensibilização popular pela preservação da biodiversidade.
O local tem como diretrizes a conservação dos remanescentes florestais pertencentes aos biomas Mata Atlântica e Cerrado; resgate, ampliação e manutenção de coleções botânicas; emprego de técnicas sustentáveis de manejo; elaboração e desenvolvimento de programas socioambientais.
Atualmente são cultivadas, no jardim botânico do Inhotim, mais de 4.500 espécies de plantas. O acervo botânico é bem representado por grupos com valor paisagístico, sendo uma das maiores coleções brasileiras de palmeiras, com mais de 1.300 espécies crescendo nos viveiros e jardins. Também expressiva é a coleção de Araceae, família que inclui de imbés a antúrios e copos-de-leite, com cerca de 450 espécies, a maior coleção viva desta família no hemisfério sul. As orquídeas estão representadas por cerca de 334 espécies. Ao todo, são mais cerca de 165 famílias botânicas, 851 gêneros e aproximadamente 3.000 espécies de plantas vasculares. Tamanha diversidade de espécies vegetais fazem do Inhotim um espaço único, tornando-o um excelente ambiente para a difusão de valores ambientais.

Ações educativas e sociais

Através da ação educativa existente no museu, cerca de 1500 alunos das redes particular e pública de ensino de Brumadinho e, da Grande Belo Horizonte, visitam Inhotim toda semana. Os programas educativos promovem uma série de ações para aproximar a sociedade dos valores da arte, do meio ambiente, da cidadania e da diversidade cultural, atuando em duas frentes - Arte Educação e Educação Ambiental.
Entre os programas do Educativo Inhotim, destaca-se o ‘Laboratório Inhotim, Brumadinho’. O programa promove o conhecimento da arte por jovens da rede escolar de Brumadinho e cidades vizinhas e fomenta a interação dos participantes com a produção artística contemporânea presente no museu, assim como com as diferentes manifestações da cultura local.
O Instituto acredita que seu papel na comunidade extrapola a esfera de agente cultural e que é necessário criar e potencializar estratégias de desenvolvimento local, preservação do patrimônio e do meio ambiente, geração de renda, turismo, educação, esporte, saúde e infra-estrutura de Brumadinho.
Por meio da Diretoria de Inclusão e Cidadania, a instituição participa ativamente da formulação de projetos para a melhoria da qualidade de vida na região. Em 2008, o Inhotim, em parceria com mais de 30 representantes culturais, bandas, grupos musicais, músicos independentes, associações e estabelecimentos culturais de Brumadinho, criou o projeto ‘Brumadinho: uma cidade musical’. O programa promove a potencialização das ações que envolvem a música e as manifestações culturais da cidade. Um bom exemplo é o Coral Inhotim Encanto e a Iniciação Musical desenvolvidos com as quatro bandas existentes no município.
Os Corais Inhotim Encanto Infantil, Juvenil e Adulto reúnem 100 pessoas, moradoras do município de Brumadinho, e é uma parceria entre o Inhotim, Fundação Madrigal Renascentista, Prefeitura de Brumadinho e a Corporação Musical Banda São Sebastião.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Comunidades quilombolas e o planejamento turístico

Em novembro de 2011 as comunidades negras de Brumadinho tiveram 3 grandes motivos para comemorar. Marinhos, Ribeirão e Rodrigues receberam o título de comunidades remanescentes quilombolas. Agora, junto a Sapé, que recebeu o título em 2006, Brumadinho tem quatro comunidades quilombolas.

Com posse do título, agora, cabe aos planejadores e gestores do turismo regional, a Secretaria de Cultura e Turismo e a Agência de Desenvolvimento do Turismo Circuito Veredas do Paraopeba; a proposição de políticas públicas que mobilizem e insiram as comunidades no contexto turístico que está se alavancando na Região do Vale do Paraopeba, e também no contexto de desenvolvimento, para que possam compreender o turismo, não apenas como um instrumento de geração de emprego e renda, mas como elemento de integração à vida social, tornando-se necessária a consideração das características endógenas como principal subsídio para a implementação de estratégias e ações.
Com orientação de responsáveis pelo planejamento turístico da região, os remanescentes quilombolas devem elaborar um plano de ação ordenada, com propostas de curto, médio e longos prazos para o turismo de base comunitária. Para isso os representantes de cada uma das quatro comunidades não poderão deixar de incluir, neste planejamento do turismo de base comunitária, propostas que abranjam a comunidade negra quilombola em sua totalidade.
Entretanto, neste plano ordenado de ações não podem deixar de inserir pontos básicos que são: a melhoria da qualidade de vida entendida como a complementação da renda, a geração de trabalho, como alternativa para fixação dos jovens e integração familiar e melhoria da infraestrutura das comunidades; a promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável, de respeito e integração dos moradores com a natureza e de cooperação comunitária com a articulação para seu desenvolvimento de forma igualitária; o resgate da autoestima, da união e da convivência entre comunidades e seus integrantes, com a recuperação da história e da cultura quilombola, para servir de instrumento de educação tanto dos visitantes quanto das comunidade visitadas.
Com a base de estrutura turística que está se alavancando no Vale do Paraopeba, o jornal Circuito Notícias acredita que os remanescentes quilombolas estarão bem assessorados e, no dia 20 de novembro de 2011, terão um planejamento em desenvolvimento e, que em 2014, possam ser inseridos no roteiro turístico do Vale do Paraopeba e, não sonhando pequeno, quem sabe, num roteiro dos circuitos quilombolas que poderá ser alavancado dentro no Vale do

Brumadinho agora tem 4 comunidades quilombolas

O reconhecimento das comunidades de Ribeirão, Marinhos e Rodrigues foi publicado no Diário Oficial da União no dia 4 de novembro. Pleiteado pelas comunidades com o auxílio da vereadora Lilian Paraguai, o reconhecimento representa um passo importante em direção à autonomia, fortalecimento e valorização cultural dos grupos quilombolas da região. Até então apenas a comunidade quilombola de Sapé havia sido reconhecida, em 2006. “O título significa uma vitória para toda a população de Brumadinho, já que estas comunidades tem um motivo a mais para preservarem sua cultura, tendo agora maiores incentivos para a promoção desta”, destaca Lilian.
O líder comunitário de Marinhos, Antônio Cambão, frisou: “há muito tempo desejávamos o reconhecimento desses grupos, que existem na região desde os anos 80. Com ele, temos mais condições para lutar pela comunidade”. Ele lembrou também que com o título a comunidade negra ganha mais força para lutar pelos seus objetivos coletivamente e, ainda, que a tradição da comunidade negra de Brumadinho é a ação comunitária”. Antônio Cambão acredita que haverá um fortalecimento e união dos remanescentes quilombolas para o desenvolvimento sócio/cultural/econômico, que poderá ganhar força através do turismo de base comunitária.
O turismo de base comunitária são um conjunto de iniciativas protagonizadas pelas comunidades locais, que ordenadas e bem estruturadas, representam experiências turísticas, agregando valor aos roteiros e gerando empregos e renda para a comunidade.
Um grande incentivador do turismo de base comunitária em Brumadinho é o Instituto Inhotim, através da diretoria de Inclusão Social e Cidadania. O Instituto já realizou dois seminários sobre o tema em 2010. O primeiro em março e o segundo em outubro. Roseni Sena, diretora de Inclusão Social do Inhotim também se manifestou sobre os novos títulos quilombolas “a partir do reconhecimento é favorecido o resgate da historicidade dessas comunidades, e abrem-se as possibilidades para a participação nas redes quilombolas e obtenção de recursos nos projetos destinados a elas. O Inhotim já tem estabelecida, há três anos, uma parceria bastante sólida com essas comunidades, e deposita muita confiança no trabalho desenvolvido por elas. A presença de suas manifestações culturais, danças, artesanato e modo de vida no patrimônio cultural da região é belíssima. Só temos a agradecer e parabenizar às comunidades pela sua força e capacidade de resistência, bem como a todos os envolvidos no processo de reconhecimento”.
Com o título, os remanescentes têm,como todos, o direito a propriedade das terras ocupadas tradicionalmente. O direito a essas terras é de uma importância singular, pois confere suporte a identidade comunitária. Não se trata apenas de moradia, que pode ser trocada sem maiores traumas,mas sim do elo que mantém a união do grupo, e que permite a sua continuidade no tempo, através de sucessivas gerações, possibilitando a preservação da cultura, dos valores e do modo peculiar de vida da comunidade étnica. Privado da terra, o grupo tende a dispersar e a desaparecer.
Historicamente, os direitos das comunidades remanescentes de quilombos trazem a memória a injustiça passada, mas também carregam a esperança da justiça futura.

Tropa "da elite" 2

O filme “Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro”, clara continuidade do primeiro, é um chute daqueles no estômago da elite política e policial do Rio de Janeiro e do Brasil. Na verdade, ele não vai muito longe do que já sugeria o primeiro. Do traficante, que expulsou no final da década de 60 a boa gente dos morros cariocas, a ponto de optar pela vida da maresia garantida pela polícia, o segundo longa metragem de José Padilha, atinge em cheio o coração do estado de direito, chegando às barbas do legislativo e do executivo sedentos de votos e, por consequência, poder.
O longametragem traz novamente como protagonista o famigerado, teimoso e curado da síndrome de pânico, capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, agora em sua versão de “coronel Nascimento”. Dez anos mais velho e maduro ele aparece logo no início dessa jornada passando mal bocados devido a uma rebelião na penitenciária de segurança máxima Bangu 1. Como punição, ao contrário do seu pupilo “Matias” (André Ramiro) - expulso do Bope - ele “cai para cima” e recebe uma promoção passando - na realidade - a ser uma espécie de comandante geral do BOPE. Neste lugar ele monta uma verdadeira célula de guerra contra o tráfico e carrega a difícil função de reorganizar e canalizar recursos para o Batalhão de Operações Especiais. Aos poucos o cinéfilo mais atento vai percebendo que o Batalhão de outrora perde a centralidade da tela e, já como Subsecretário de Inteligência de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, o coronel Nascimento descobre que atirou no próprio pé. Ao armar até os dentes o BOPE, com o caveirão aparecendo como figura privilegiada da “metáfora da guerra” junto com um helicóptero a abater bípedes humanos, Nascimento custa a perceber que abriu caminho ou “limpou a área” para uma nova roupagem do crime, tão ou mais violenta que a dos traficantes, a polícia corrupta travestida de milícia que rouba o espaço público e privatiza as favelas, hodiernamente, chamadas de zonas quentes de criminalidade ou periferia pobre.
Os policiais corruptos pulam de um lado ao outro na máquina governamental. Na tela, tanto o executivo como o legislativo se rendem ao “canto da sereia” da mídia e ao chamado populismo barato dos senhores do pedaço. Digo dos novos personagens milicianos que tomam a cena cobrando aluguéis, auxílios e apoio eleitoral àqueles que podem de uma forma ou de outra, manter as coisas tal como elas deveriam aparecer.
Longe do tráfico e com os tentáculos no lugar as milícias desenvolvem um sofisticado aparato de segurança privada movida a dinheiro e violência, de quebra, auxiliam sem maiores constrangimentos os políticos da ocasião os quais não deixam na lente de Padilha de ostentarem fortuna, luxo, mulheres e a boa vida.
A metralhadora do cineasta não é seletiva. Ela vai se descarregando para tudo quanto é lado. A morte do amigo leva Nascimento a buscar a verdade. Nas escutas que leva a efeito como chefe de inteligência descobre que além da responsabilidade da morte de Matias, a milícia providenciou com requintes de crueldade a morte de dois jornalistas que, para um bom observador, representam o calar dos mecanismos midiáticos nacionais em torno de fenômenos tão ostensivos.
O “herói” Nascimento, acostumado a matar aos montes os bobos do tráfico, aos poucos vai se rendendo ao grande poder que está em sua frente. Após deter a morte do deputado (interpretado por Irandhir Santos) que passou a denunciar as milícias e seus comparsas e também de ver cair nesse meio o próprio filho Rafael (o estreante Pedro Van Held), Nascimento, em uma emboscada não aparece desacompanhado e se livra por pouco da morte. Fato este que lhe enche de coragem para denunciar a “banda podre” da polícia e da política corrupta no Rio de Janeiro. Suas palavras são duras e acertadas no peito do deputado miliciano sem lugar e corajosamente joga a esperança de um final feliz na segurança pública no microondas recheado de corpos desde o primeiro filme. Na CPI, encontramos um coronel cansado, mas assertivo, corajoso e cheio de vigor ao denunciar que a maioria dos políticos presentes naquele plenário deveria estar atrás das grades. E vai mais longe ao afirmar que a polícia do Rio de Janeiro deveria acabar revelando que o problema da criminalidade, da violência e do tráfico de drogas é muito mais complexo do que se pensava anteriormente. É óbvio que estamos no campo da ficção, mas não creio que diante de tantas notícias e acontecimentos no mundo real estamos distantes da realidade. E a verdade sugerida por Padilha é que a violência, a criminalidade e a corrupção na polícia, agora em franca associação com as autoridades, é mais do que uma pauta que se desenvolve sem muitas adequações. Talvez ela receba - como dito - outros personagens, tão ou mais fortes que os comandantes de outrora. Em tela, o poder se materializa em um governador conivente, em deputados ambiciosos, policiais assustadores e gerentes de polícia desqualificados, promíscuos e sem escrúpulos.
José Padilha talvez mereça todos os cumprimentos devido a sua coragem e talento. Neste, ao invés de culpar o que hoje chamamos de classe média pelo desastre das drogas e pelo financiamento do tráfico, ele acordou ou foi avisado pelos autores do livro que a questão da segurança pública é “campo minado” e cheio de surpresas nos quais os policiais (especialmente os de baixa patente) nada mais são do que a ponta frágil e mortal do iceberg da corrupção no Estado quando ela se mistura com a segurança pública. Padilha sobe em ombros de “gigantes” (digo dos autores do livro Elite da Tropa 2, Ed. Nova Fronteira - Luiz Eduardo Soares, Cláudio Ferraz e Rodrigo Pimentel) e observa um “brasil” desconhecido por muitos, notadamente, aquele no qual os políticos e as autoridades usufruem descaradamente e sem nenhuma vergonha ou inteligência de diversas situações no intuito de ganhar dinheiro e poder, mesmo que para isso o “crime desorganizado” precise se tornar organizado sem a mínima necessidade de esconder do público/vítima a corrupção, a crueldade, a violência e a matança.

*Lúcio Alves de Barros Professor e sociólogo

Guerra contra o tráfico de drogas

Há um mês da eleição de Dilma Rousseff a presidenta da República o Brasil assiste através do grupo de mídia, incluindo a internet, o combate ao enraizado tráfico de drogas no Rio de Janeiro. O episódio causou surpresa ao Brasil. Quem imaginava que o exército sairia ás ruas, com seus tanques de guerra para um combate ao maior inimigo dos brasileiros atualmente: os reis do tráfico de drogas.
O crescimento do Estado Paralelo no Brasil é tão grande e poderoso que infiltrados neles estão membros da política brasileira e da própria polícia, que deveriam zelar pela segurança da população. Este fato é explícito no filme “Tropa de Elite I e 2.
O exército juntou-se a guerra contra os traficantes do Rio de Janeiro e, com a ajuda da polícia militar, ocupou todos os acessos à favela da Grota, no Complexo do Alemão. As surpresas foram e estão sendo tantas. Quantos fugitivos da cadeia e quanta droga apreendida: segundo levantamento parcial da Secretaria de Segurança, até o momento foram apreendidos mais de 33 toneladas de maconha, 235kg de cocaína, 27kg de crack, e 1.406 frascos de lança-perfume.
A droga apreendida foi incinerada em Volta Redonda, nos fornos da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN e os foragidos da polícia estão sendo reconduzidos à prisão.
A guerra contra os traficantes no Rio de Janeiro deu uma injeção de ânimo nos brasileiros que viviam com a certeza que o crime é impune e que contra o tráfico o Brasil é impotente. Como o exército brasileiro não tem guerra externa para atuar, o melhor é usar todo o equipamento material e humano na maior guerra que os brasileiros enfrentam.
Agora, os brasileiros sabem que quando quer o Estado consegue vencer esta guerra. E, se o Brasil pretende fazer bonito em 2014, na Copa do Mundo, a varredura da droga, iniciada no Rio de Janeiro, precisa se alastrar para todos os estados brasileiros, sem esquecimento das fronteiras. Mão de obra para isto o Brasil já provou que tem. E que esta varredura chegue rapidamente a Minas Gerais, já que o tráfico de drogas no estado se alastrou para o interior.
Em Belo Horizonte, é muito dificil encontrar uma esquina que não tem um menor pichando e vendendo crack. Em muitas cidades do interior acontece o mesmo. Brumadinho, por exemplo, é uma cidade pichada. Diminuiu, na verdade, depois que parcerias resolveram ensinar a arte do grafite para menores simpatizantes da pichação. Mas, vira e mexe ela aparece no cenário brumadinhense.
Em Brumadinho, a prova do alastramento de drogas está nos boletins de ocorrências. Se há alguns anos atrás eram poucas as ocorrências envolvendo usuários e traficantes, hoje o fato é comum. E como um fato liga a outro e, como os usuários precisam bancar seu vício e, como nem sempre são trabalhadores, os pequenos assaltos também aceleram.
No mês de novembro Brumadinho viveu uma onda de arrastão no comércio, no centro da cidade. Os comerciantes estão apavorados e impotentes diante da onda. Os assaltantes passam de loja em loja e tomam rumo ignorado, como aconteceu no dia 19 de novembro. Já no dia 1º de dezembro, dois assaltantes não tiveram muita sorte, pois a polícia conseguiu prendê-los, após assaltarem uma loja no centro da cidade.
Os fatos cotidianos mostram que o crime tomou conta, também, do cenário mineiro. E, como no Rio de Janeiro, a policia e as autoridades sabem onde vivem e escondem os criminosos. Infelizmente, para mudar este quadro na Região Metropolitana de Belo Horizonte, será preciso uma guerra contra o crime organizado. Ou seja, a polícia precisa se organizar em parceria com o Estado e com o Exército, aos moldes da guerra do Rio de Janeiro.
Certamente, na Guerra do Rio, há denúncias de que policiais militares tentaram tirar proveito da situação. Todo o Brasil sabe que dentro da Polícia também há policiais bandidos. Infelizmente, esses tentam denegrir a imagem do resto do grupo. Mas, o Brasil sabe também, que é preciso fazer uma limpa nas polícias militar e civil. “Separar o joio do trigo”. O Brasil, o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brumadinho, estão vivendo em insegurança.
Antes que o maior evento do mundo se aporte no Brasil, é preciso fazer uma limpeza no país. E a guerra do Rio de Janeiro, mostra que isso é possível. Felizmente, o Brasil tem jeito.
Depois do tráfico, o Brasil tem uma lista enorme de prioridades para resolver antes de 2014. E a segunda delas é o transporte. No último feriado nacional, Minas Gerais foi o campeão de acidentes nas estradas. Foi também o campeão em mortes. Cerca de 43 pessoas morreram em 674 acidentes nas rodovias mineiras. Com o grande número de mortes, o feriado de 15 de novembro foi considerado um dos mais violentos do ano e superou ao feriado de Finados, onde 37 pessoas morreram, em acidentes nas BRs e nas MGs.
A estatística de mortos no feriado de 15 de novembro é comparável ao número de mortos na guerra do tráfico, que fez pelo menos 46 vítimas. A estatística mostra que as estradas mineiras estão praticamente em guerra nos dias de feriados nacionais. E, mostram também que os maiores vilões da estrada são os veículos de carga. É verdade. Não raramente os veículos de grande porte não conseguem frear. Neste caso, a guerra deve ser contra eles.
Uma boa notícia, é a possível ativação dos trens de passageiros. Um país extenso como o Brasil precisa usar suas estradas de ferro não só para transportar minério de ferro, mas principalmente para transportar passageiros. Todo país desenvolvido tem trem de passageiros. E todas as classes sociais fazem uso desse transporte. A volta do trem de passageiros pode aliviar o tráfego nas estradas. Mas, para isso, é preciso boa vontade dos governantes para combater a guerra nas estradas.

Cresce o número de casos de dengue em Brumadinho

Em relação ao ano passado o número de contaminados cresceu. Em 2009 foram 23 notificações de suspeitas de dengue em Brumadinho com 5 casos confirmados. Jà em 2010 foram 80 notificações de suspeitas de dengue em Brumadinho com 12 casos confirmados. Estes dados são até 29 de novembro/2010.
Em Brumadinho, a Secretaria Municipal de Saúde de Brumadinho-SMS, através do Setor de Controle de Zoonoses realiza, durante todo o ano, diversas ações de combate à dengue, como mutirões de limpeza, atividades de mobilização e palestras. Brumadinho possui hoje 11 Agentes de Controle de Zoonoses, exclusivos para o controle da dengue que visitam, a cada dois meses, 11.251 imóveis, distribuídos em 19 localidades do município, o que resulta no total de mais de 67.000 visitas por ano. Durante as visitas, os agentes realizam vistoria nas residências para identificar algum foco do Aedes aegypti e orientam a população sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar a propagação da doença. Quando encontram focos do mosquito da dengue, eliminam os possíveis criadouros da doença. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde realiza o LIRA – Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti - três vezes ao ano, nos meses de janeiro, março e outubro. O LIRA é realizado pelos Agentes de Controle de Zoonoses em cerca de 430 imóveis distribuídos pela sede do município. Trata-se de uma metodologia que tem o objetivo de identificar as áreas da cidade com maior proporção/ de ocorrência dos focos do mosquito e os criadouros predominantes. Essas informações possibilitam a intensificação das ações de combate à dengue nos locais com maior presença do mosquito Aedes aegypti, como mutirões, vistorias mais detalhadas, entre outras medidas que podem ser direcionadas para áreas de maior risco com a ajuda do LIRA.
Em janeiro deste ano, o índice médio de infestação foi de 5%, ou seja, para cada 100 imóveis visitados, cinco apresentaram focos do mosquito da dengue. O último levantamento, realizado em outubro, apresenta um índice médio de infestação de 0,7%, ou seja, para cada 100 imóveis visitados, menos de um tem focos do Aedes aegypti e os criadouros predominantes foram pneus e lixo. Objetivando que os cuidados para evitar focos do Aedes aegypti sejam incorporados pela população e provoque mudanças de comportamento, a Secretaria de Saúde trabalha com ações de mobilização através do setor de Educação em Saúde, que foi responsável pela realização de 15 sessões da peça de teatro “Brumadinho no Combate à Dengue” em diversas escolas do município, Blitz Educativa de Combate à Dengue, realizada no dia 24 de novembro (Dia Nacional de Combate à Dengue) e a Gincana de Combate à Dengue, que tem o objetivo de promover a integração das ações de Vigilância em Saúde com a Atenção Básica realizadas pelas equipes de Estratégia de Saúde da Família, fortalecer as parcerias na promoção, prevenção e controle de riscos e agravos à saúde, que consiste na mobilização da população em recolher material que pode ser criadouro do mosquito como vasos de plantas e latinhas. A unidade de saúde da família que conseguir mobilizar mais a população ganhará um prêmio.
Para um melhor atendimento da população, o Setor de Educação em Saúde promoveu capacitações dos profissionais do Programa Saúde da Família (Agentes Comunitários de Saúde, Médicos, Enfermeiras, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem) e dos Agentes de Combate às Endemias, com a participação de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde e da Gerência Regional de Saúde (GRS/BH).
De acordo com a Secretaria de Saúde a população pode ajudar muito combatendo os focos do mosquito, tais como, água parada em pratos sob vasos de plantas, em garrafas, latas ou pneus velhos.

Dengue mata quase 600 pessoas no Brasil

O ministro da Saúde José Gomes Temporão divulgou, no dia 11 de novembro, os resultados do último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypty (Lira). A pesquisa, este ano contou com a participação de 300 municípios, e mostrou que 15 deles estão em situação de risco de surto de dengue.
Onze dos municípios em risco estão na Região Nordeste, 3 no Norte e 1 no Sudeste do país. Em 2009, quando o Lira contou com os dados de 161 municípios, havia cinco em estado de risco, determinado por índice de infestação por larvas acima de 4% nos imóveis pesquisados.
O Lira 2010 mostra que 123 municípios estão em estado de alerta, ou com índice de infestação entre 1% e 3,9%. Em 2009, 109 estavam nessa situação.O restante, ou 162 municípios, apresentou resultado satisfatório este ano, ou seja, índice de infestação inferior a 1%, entre eles São Paulo e Belo Horizonte.
Entre as capitais brasileiras, duas estão em situação de risco: Rio Branco e Porto Velho. Onze, em situação de alerta: Salvador, Palmas, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Goiânia, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ressalta que, além do aumento no percentual de municípios com índice superior a 1% de infestação, o período também teve como agravante o retorno do vírus tipo 1 da dengue, que havia predominado no final dos anos de 1990.Nas regiões Norte e Nordeste, os índices de infestação tiveram maior relação com o abastecimento de água. No Centro-Oeste, o lixo foi o problema predominante. Já no Sul e no Sudeste, os depósitos domiciliares são a principal fonte de focos do mosquito.Em 2010, até o dia 16 de outubro, foram notificados 936.260 casos de dengue clássica no país, dos quais 14.342 foram classificados como graves. O número de mortes foi de 592.
Dengue
prolifera em Minas Gerais

Além de contaminar milhares de pessoas e matar centenas país afora todos os anos, o Aedes aegypti, transmissor da dengue, com menos de meio centímetro, causa reflexo desastroso na economia de Minas Gerais. De janeiro de 2009 até agosto deste ano, o impacto para empresas e pessoas físicas com a doença é estimado em R$ 111,4 milhões. É o que constata pesquisa inédita da Secretaria de Estado de Saúde-SES, que ainda somou as despesas para assistência e combate ao vetor no período, chegando à cifra de cerca de R$ 135 milhões. A quantia é três vezes maior do que o valor investido pelo governo federal em 2010 no controle ao mosquito em todo o Brasil. Equivale ainda ao que seria gasto com a construção de 450 Unidades Básicas de Saúde no estado.
Entre os 20 municípios com maior incidência de dengue em Minas, sete são da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano. Eles receberão a visita da Força Tarefa juntamente com Carangola, Curvelo, Divinópolis, Juiz de Fora, Manhuaçu, Montes Claros, Paracatu, Passos, Patos de Minas, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Unaí. A ação iniciou no dia 20 de novembro nos municípios de Ribeirão das Neves, Betim, Vespasiano e Santa Luzia, na RMBH, e Juiz de Fora, na Zona da Mata. A Força Tarefa permanecerá 15 dias em cada município.
A campanha implementará ações de mobilização do cidadão para que ele tome atitude em relação ao problema; eliminação dos focos do mosquito em áreas de risco pela Força Tarefa; atuação da Vigilância em Saúde, em parceria com os municípios para eliminação de possíveis focos e demais medidas de controle vetorial, como também acompanhamento da situação epidemiológica do Estado; atuação do Dengue Móvel, que percorrerá bairros trocando latas, garrafas pets e pneus por 45 mil cadernos e 125 mil borrachas e lápis; instalação do Dengômetro, espaço de convivência e acesso a informações sobre dengue; realização de oficinas de mobilização, dirigida a empresas, comércio, sindicatos, igrejas, clubes de serviço, ONGs, escolas, postos de combustíveis, associações de bairros, com objetivo de alertar sobre a importância da participação de todos na prevenção e controle da dengue.

Maiores de 60 anos não pagam ônibus coletivo em Brumadinho

Em 1996, a vereadora Nara Paraguai fez um Projeto de Lei estendendo a gratuidade nos ônibus coletivos que circulam dentro do município, para as pessoas de 60 anos em diante já que, devido a uma Lei Federal, a idade com gratuidade é a partir dos 65 anos. Mas, no entanto, mesmo depois que a lei foi sancionada pelo Poder Executivo, a empresa que administra o transporte coletivo municipal em Brumadinho, a Turilessa, não cumpriu a Lei.
De acordo com Nara Paraguai, tudo começou quando o Clube de Mães da Comunidade do bairro Santa Efigênia resolveu criar um grupo da terceira idade. Era um desejo antigo de dona Jaíra, que pediu ajuda a ex-vereadora Nara. A idéia era fazer encontros semanais.
Integrando o grupo, Nara Paraguai propôs, como primeira atividade, um curso sobre o estatuto do idoso que tinha acabado de ser votado e virar lei federal e estava muito badalado na imprensa nacional.
“Montamos um material didático bem interessante, fizemos material lúdico com quebra cabeça, cartilha, jogos, além de conseguir um Kit que continha estatuto do idoso para todos os participantes”, informa. “Durante o curso ficou claro que a Lei do Estatuto do Idoso decidia algumas coisas importantes e que, na época, foram muito debatidas na imprensa nacional. Ficou considerado que idoso era a partir de 60 anos para todos os efeitos da Lei; Que a partir de 65 anos os idosos poderiam viajar gratuitamente em qualquer transporte e que faltava a regulamentação para os transportes intermunicipais, mas que se algum idoso do grupo fosse viajar para mais longe, era para se mobilizar e fazer valer a Lei; que normatizar o transporte coletivo municipal e decidir se a gratuidade seria aplicada para idosos de 60 a 65 anos caberia a cada município; que o idoso tem direito a proteção, a saúde e a tratamento com respeito e dignidade”, disse.
De acordo com Nara Paraguai foi neste contexto que o Grupo Renascer e o Clube de Mães, bem como ela, que era parte do Clube de Mães, lutariam para consolidar a Lei que era e continua sendo um processo longo e de educação e perseverança na defesa da Lei. E, ainda segundo informa Nara, a presidente do Clube de Mães da época, dona Jaíra, pediu a ela que, como vereadora na época, fizesse a lei municipal estendendo a gratuidade para idosos de 60 a 65 anos.
“Estudei muito o assunto, pois, havia uma discussão se eu teria ou não competência para legislar sobre o tema. Concluí, apesar da assessoria da Câmara pensar um pouco diferente, mas, com dúvidas, que eu tinha competência para legislar sobre o assunto. Na época a Câmara Municipal de Belo Horizonte, por sua CCJ deu parecer contrário a projeto idêntico de uma vereadora do PT da capital. No entanto já havia caso semelhante julgado pelo TJMG que deu pela constitucionalidade e pela competência do vereador, no meu caso vereadora.
Elaborei o projeto de Lei e dei entrada na discussão, que passou por todas as comissões e foi sancionada pelo poder executivo. Virou Lei n.º 1507/06”, informa Nara.

Idosos são detidos e presos para fazer valer a Lei

Mas tão logo a lei foi sancionada, alguns idosos foram experimentá-la na prática e não foram respeitados. “Fiz um folheto informativo e distribui amplamente no município, era informativo mesmo, sem cunho político e dizia sobre a lei e o direito do idoso”.
Nara Paraguai lembra que a Lei caiu para a empresa como uma declaração de guerra aos idosos. “ Os idosos foram humilhados, colocados para fora de ônibus, detidos com os outros passageiros e alguns foram, até mesmo, encaminhados para delegacia, o que pode ser comprovado por vários boletins de ocorrência”, lembra.
Diante da Lei, a empresa concessionária da cidade que exerce um serviço público resolveu que não iria cumprir a lei e para tentar respaldar sua ação propôs uma ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade com pedido de Liminar. “Isso significa que a empresa iria discutir a Lei na justiça e estava pedindo aos julgadores do Tribunal de Justiça que desse uma ordem de que a Lei não valeria até o final da discussão. Isso seria um golpe na Lei”, explica.
Mas ao contrário do que a empresa Turilessa esperava, “no dia do julgamento da Liminar estávamos lá, eu, dona Jaíra, Antônio Paulorinho, Zé de Oliveira, entre outros e, a Liminar foi negada depois da sessão ser remarcada. Portanto a ordem era: a lei seria discutida mas, enquanto isso, estava valendo e deveria ser cumprida pela empresa prestadora do serviço público. Entretanto, conforme informa a ex-vereadora, a Turilessa não acatou. “Não respeitou a decisão e continuou dizendo aos idosos que a Lei estava sendo discutida na justiça e não valia”.
Sendo assim, o grupo da Terceira Idade e Clube de Mães do bairro Santa Efigênia, continuavam defendendo a Lei em todos os espaços, orientando os idosos sobre o direito adquirido e, aqueles mais corajosos, para chamar a polícia e fazer ocorrência. “Mas, a maioria ficava com medo e desistia, saía do ônibus, pagava ou pedia alguém para pagar”.

Terceira Idade vai parar na delegacia

Na incumbência de fazer cumprir a Lei e seus direitos de terceira idade, algumas senhoras de nossa cidade foram parar até na delegacia, entre elas a Dona Jaíra e dona Delmira. Dona Delmira ficou numa situação constrangedora. Foi detida dentro do ônibus com outros passageiros até que a polícia chegasse ao local. As duas senhoras moveram ação contra a empresa e ganharam. A Turilessa foi condenada a pagar Dano Moral.
A Turilessa teve que responder ainda uma Ação Civil Pública proposta pela Promotora de Brumadinho, Dra. Mônica, que, em sua sentença, condenou a empresa a pagar uma multa toda vez que descumprisse a Lei e os valores se reverteriam para o Fundo Municipal de Assistência a Idoso.
Nara Paraguai desabafa: “enquanto isso eu sofria com as pressões, primeiro, disseram que derrubariam a lei e que todo o trabalho que eu tive se reverteria contra mim, pois, ao final os idosos estariam com raiva de mim. Os motoristas eram orientados a dizer que a culpa era da Nara Vereadora e que a Lei não estava valendo por culpa dela, que ela mentia e que a Lei não existia. Foi um grande tormento”.
De acordo com Nara, o prefeito, através dos órgãos da Prefeitura, chegou a dizer que aprovou a Lei sem atentar para o fato de que trazia o benefício da gratuidade para os 60 anos. Mas, logo percebeu o alcance da lei e passou a fazer a defesa, porém, na prática não tomava nenhuma atitude para efetivar a Lei, apesar de notificar a empresa para cumpri-la, não fazia coação mais efetiva.
Ainda segundo a ex-vereadora, a Câmara Municipal chegou a paralisar seus trabalhos como forma de buscar uma solução com o Município para o cumprimento da Lei, mas, chegou o dia de votar a LDO, data obrigatória no calendário, e não conseguiu resultado.
“A Luta continuou e alguns idosos foram ganhando individualmente o direito de andar de graça. Um caso muito especial foi o da Dona Delmira do Brumado. Ela tinha que fazer fisioterapia, não conseguia o carro do Sus, pois, tinha condição de caminhar e o carro era somente para pessoas que não conseguem se locomover sozinhas, mas, como pagar a passagem três vezes por semana? Ela e muitos outros idosos deixavam de fazer tratamentos, de passear, de visitar os parentes, de sair de casa, por causa de condições financeiras”, diz.
“Dona Delmira se tornou uma heroína viva da lei, no meu modo de ver, pois, brigou, foi detida dentro do ônibus, entrou na justiça e hoje espera o pagamento da indenização determinada por acórdão da junta de Recursos do Juizado Cível que condenou a Turilessa a pagar, na época, R$5.000 por danos morais causados a passageira idosa. A Turilessa perdeu na Junta de Recursos e recorreu ao STF, pediu efeito vinculante, ou seja, seu caso valerá para todos os outros e, aguarda resultado”, informa .
“No entanto, o processo que decidiu sobre a validade da lei veio primeiro. A Turilessa não conseguiu a Liminar, depois perdeu no TJMG, recorreu e perdeu novamente. O Resultado já transitou em julgado, vale dizer, a Lei está sem nenhum questionamento e valendo desde 2006”, analisa a ex-vereadora.
De acordo com Nara, a conclusão que mais interessa é a vitória dos idosos, do Clube de Mães, da Dona Jaíra, Dona Delmira, da Ilza Maia, do Zé de Oliveira, Do Seu Antônio Paulorinho e dela mesma, que é a autora da Lei.
Nara conclui que “todo idoso com idade igual ou maior de 60 anos pode e deve andar de graça nos ônibus das linhas municipais, portanto se você, idoso, quer visitar o parente lá em Casa Branca, pode ir de ônibus e não pagar mais. Se quer ir assistir a missa no Brumado, não precisa pagar, se é do Soares e tem que buscar remédio no posto, não tem que pagar. Se é da Pastoral da Criança e vai fazer uma atividade em Pires, não paga, fique de olho e exerça seus direitos! É assim que se constrói a Democracia e que fazemos com que as Leis sejam respeitadas, defendendo -as sempre”.
A sentença final do trâmite da lei que dá direito a gratuidade nos ônibus coletivos que circulam dentro do município de Brumadinho foi enviada ao Circuito Notícias pelo Poder Judiciário de Minas

terça-feira, 27 de julho de 2010

BRUMADINHO TEM 100% DE PROMESSAS NÃO EFETIVADAS

Já faz um mês que a campanha eleitoral para presidente da República, governadores, senadores, deputados estaduais e federais começaram, timidamente, pelo fato do Brasil estar ligado inteiramente a Copa do Mundo, mas agora, com o Brasil transferindo o sonho de hexacampeão para a Copa de 2014, as campanhas começaram a tomar rumo, visto que os cabos eleitorais já estão com os carros “plotados” e, os famosos santinhos começaram a aparecer debaixo de nossas portas.
Interessante que para nós, simples eleitores, os quatro anos passaram rápido demais. Tão rápido que os candidatos, em sua maioria, não conseguiram cumprir nem mesmo com os 10% das promessas da última campanha.
Especialmente em Brumadinho, um candidato a deputado prometeu na última campanha um Brumadinho100%. A apresentação foi feita na Câmara Municipal. Lembramos como se fosse hoje. Lideranças políticas foram convidadas para assistir ao Projeto Brumadinho 100% que seria realizado em parceria com uma associação cultural e um Instituto de renome.
Pois certo, com promessas que fariam de Brumadinho uma cidade modelo, os eleitores votaram e os 100%, até hoje ninguém viu. Talvez não tenha dado tempo e, o candidato repita a promessa novamente. E assim, são tantas as promessas, deste e de outros, que se fossem efetivadas, tornariam Brumadinho e as cidades do Vale do Paraopeba, as melhores cidades do mundo para se viver. E, o que vemos é o contrário. Até hoje as cidades do Vale do Paraopeba lutam para ter suas estradas interligadas asfaltadas.
Se os políticos cumprissem suas promessas de campanha o Brasil estaria no Primeiro Mundo. O que notamos, repetidamente, é que ao invés de cumprir promessas, muitos deputados, senadores e governadores, passam os quatro anos de mandato pensando em reeleição. Gastam a maioria do tempo pensando em se manter no poder e, hoje, muito mais que antes, tem grandes vantagens que as mídias oferecem, facilitando o seu contato com o eleitor, o que pode ser feito facilmente através da internet, pelos sites de relacionamento.
Infelizmente, as estratégias de se manter no poder também são visíveis através das coligações partidárias. Partidos com ideais contraditórios se coligam sem olhar para trás. E, assim, partidos inimigos se tornam amigos do dia para a noite, com o simples intuito de eleger um candidato comum. Os ideais partidários caem por terra nesta hora e, ficam engavetados para um discurso pós-eleição. Pois, o que importa no momento são as negociações: os cabos eleitorais precisam de se manter no emprego depois das eleições e, certamente, as negociações se fazem através de cotas de vagas nos gabinetes, em secretarias, enfim. Isso não é novidade para ninguém e, todos os partidos brasileiros são adeptos deste hábito. Política virou negócio e alguns a colocam como emprego. Meio de subsistência, certamente.
Outro fato que voltou a fazer parte do nosso cenário político são as inaugurações de deputados. Inauguram-se até holofotes para campo de futebol. E, também é comum os candidatos ganharem votos de um distrito inteiro, por causa destes holofotes. Em época de campanha em nível estadual e federal, os clubes de futebol são grandes beneficiados e são também, muito bons de votos. Podemos dizer que fiéis, até o fim. O futebol atrai os políticos, com certeza; muitos presidentes de times de futebol são ligados diretamente aos gabinetes de vereadores, prefeitos e deputados de nosso país.
Para não ser alvo fácil de falsas promessas, os eleitores precisam procurar saber a conduta dos cabos eleitorais, pois eles refletem a imagem de seus candidatos. Geralmente as campanhas eleitorais são encabeçadas por ex- candidatos a vereadores. Neste sentido, é por isso que alguns membros partidários são eternos candidatos a vereadores. Usam o partido e suas candidaturas a vereador para continuar mantendo empregos nos gabinetes da Assembléia Legislativa.
O Circuito Notícias cumpre o papel social de lembrar aos eleitores que existem ex-candidatos a vereadores, que hoje estão fazendo campanha eleitoral para deputados e governadores, que ainda não deram conta de cumprir as promessas de campanha em comércios do interior do município. Comerciante entrou em contado com o jornal Circuito Notícias para denunciar ex-candidato que ainda está com dívida em seu estabelecimento. Infelizmente, a única coisa que o Circuito Notícias pode fazer é alertar aos eleitores contra candidatos que agem de má fé, pois denúncias têm que ser feitas na Justiça. Sendo assim, lembramos aos eleitores que cabos eleitorais que dão prejuízos aos pequenos comerciantes espelham o que são os candidatos a deputados que representam hoje, como cabo eleitoral.
Lembramos, também, que não é fácil sair da oratória de candidatos políticos e cabos eleitorais que agem de má fé. Parecem que têm pós-doutorado na oratória de prometer. Eles realmente não se intimidam em dar prejuízo. Até mesmo o jornal Circuito Notícias, por exemplo, já caiu no conto de cabo eleitoral que ainda não acertou propaganda política de 2006. Acredite!
Infelizmente, é triste constatar, mas vale tudo para chegar ao eleitor e, principalmente, prejuízo nos bolsos do trabalhador. Neste intuito, alertamos também as promessas feitas para associações. Infelizmente, um dia ainda saberemos como, verbas e emendas surgem e, algumas vezes são extraviadas, antes de chegarem a seus destinos.
Exemplo deste tipo de promessa tem sido a Agência de Desenvolvimento do Circuito Veredas do Paraopeba, que está alavancando o turismo no Vale do Paraopeba. Em 2008 teve a promessa de um deputado de uma emenda parlamentar que não chegou. No início deste ano, no Fórum dos Prefeitos foi anunciada outra emenda parlamentar, por um deputado presente ao evento. Mas, até hoje o que viria através da emenda não chegou. Não é incomum emendas parlamentares serem anunciadas. O que é incomum é alguém anunciar que ela não chegou ou foi extraviada. Enquanto isso, as associações ficam com seus projetos prejudicados.
Não custa alertar: precisamos pensar muitas vezes antes de escolher em quem votar em 2010. Se formos levar ao pé da letra, Brumadinho tem muito mais do que 100% de promessas não efetivadas, prometidas pelos eternos candidatos que visitam nossas casas de quatro em quatro anos, através de seus cabos eleitorais.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Opinião: Saidinha de Banco - Um problema de Segurança Pública

*Lúcio Alves de Barros


Um fenômeno que se tornou ostensivo e normal em tempos de debate acirrado sobre a segurança pública é o da “saidinha de banco”. Aparentemente, tornou-se normal não pelos constantes acontecimentos (mais do que previsível e esperado), mas pelo nome que recebeu carinhosamente das autoridades e da mídia. A “saidinha de banco” trata-se, na verdade, de um golpe criminoso, covarde e violento cometido por um recalcitrante racionalmente orientado para o roubo da pessoa inocente e (in) feliz que preferiu sacar uma respeitável quantia de dinheiro no banco. Na capital de Minas Gerais, de acordo com os dados veiculados pela Polícia Militar são, em média, 70 ocorrências por mês (Jornal O Tempo, 06/05/2010).
Tudo indica que a prática se tornou um problema – o qual, distante de solução – que se arrasta e piora a cada início de mês. Não faz muito tempo a economista Patrícia Martins Cardoso, de somente 48 anos, foi covardemente assassinada com um tiro nas costas na frente do pai, um senhor de 90 anos, a quem costumeiramente acompanhava. Ele havia retirado R$ 4.000 em bancos da região central da capital.
A questão é complexa e séria: em Contagem uma lei tenta colocar ordem na casa e em Betim e diversas cidades de Minas, as autoridades começaram a discutir a possibilidade de proibir o uso do celular no interior das agências e obrigar os bancos a instalar biombos nos caixas para que os valores sacados não sejam vistos por outros usuários. Tais ideias tomaram as mentes brilhantes das autoridades porque acham que alguém no interior da instituição bancária tem “armado campana” e vigiado as possíveis vítimas que vão retirar uma significativa quantia em dinheiro. Provavelmente, esta seja uma das leituras possíveis devido a forte percepção dos acontecimentos da famigerada “saidinha”, mas não pensar em outras possibilidades é no mínimo absurdo e leviano.
É oportuno lembrar que qualquer ser humano tem o direito de retirar o seu dinheiro na hora, no dia, na semana, o quanto e onde quiser. Os executivos de polícia, que andam pelas faculdades fazendo cursos de criminologia, lançam mão da “teoria da oportunidade” no intuito de justificar e responder com rapidez a problemática. Neste caso, a teoria é pródiga na explicação: “não deseja ser roubado? Então não retire tanto dinheiro e não dê oportunidade para o ladrão”. Ótima explicação para o cansativo e perigoso discurso que tenta criminalizar e culpabilizar a vítima. Uma lástima, até porque, quando se vai ao banco retirar “o seu dinheiro”, é tautologia insistir na ideia de que estamos nos referindo a indivíduos livres e que podem, pelo menos em teoria, fazer o que bem entender com suas notas. O que não podemos perder de vista é o que pode estar por trás da “saidinha”.
Ao utilizar o discurso de culpabilização da vítima escondemos através da linguagem o que chamo de “teoria das obrigações”. É uma teoria simples: trata-se de ações que, no campo da segurança pública, delega aos funcionários da segurança objetiva a função de estar sempre atentos aos acontecimentos delituosos. Esta é a esfera de ação da polícia militar. Longe da ironia, qualquer estudante de criminologia, policial, administrador de empresa, sociólogo e bancário sabem que, no início de cada mês existe um grande número de pessoas pagando suas contas e movimentando certas quantias em dinheiro. Também já é de conhecimento dos mais preocupados que no início de cada mês além de aumentar o número de roubos à mão armada aumenta o número de “saidinhas”. A questão a ser colocada é de duas uma, (1) ou a polícia está patinando e ainda engatinhando no entendimento do fenômeno carinhosamente apelidado de “saidinha de banco”, optando no caso por atuar como a “polícia do depois”, ou (2) não sabe e sequer possui uma estratégia para diminuir ou prender os recalcitrantes que vem se reciclado e trabalhado a contento com o apoio de motos, carros e olheiros de toda ordem.
O fato é que a saidinha tornou-se norma ou prática cotidiana de início de mês e não deixa de revelar uma curiosa economia do crime. É no começo de cada período mensal que o recalcitrante sabe das possibilidades de capitalização. Obviamente a polícia tem a ciência disso e deve possuir não poucos mapas geoprocessados e ocorrências que podem indicar algum padrão ou conduta. Sabe-se que alguns executivos da polícia têm se reunido com agentes bancários e membros do poder público e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Reuniões e comissões, entretanto, só funcionam bem em escolas de samba e, tal como já disse o educador Paulo Freire, “da fala à ação a distância é enorme”. Não distante deste debate o que não é aceitável é a arte de culpabilizar a vítima em nome de uma teoria e um fenômeno em descontrole, haja vista que - por natureza – a vítima não navega nas relações de sociabilidade dos recalcitrantes. Aliás, ela não tem nem a obrigação ou dever de ficar atenta ao “meliante” que se aproxima, pois – pelo que se sabe – paga-se policiais militares e civis para isso. A segurança é um bem e, longe do mercado, é dever e obrigação do Estado. Acrescenta-se a isso a responsabilidade dos bancos que poderiam, além de ter a ciência dos possíveis suspeitos, identificar e persuadir aqueles que andam a perambular entre as filas do caixa.
Existe outra possibilidade: toda vez que alguém for sacar um bom dinheiro no caixa e deseja sair com o seu capital (por direito) pelas ruas aposte na contratação de empresas privadas de segurança ou alugue um carro forte. A ação é custosa e provavelmente não compensaria pelo valor retirado. De toda forma, é preciso que se faça alguma coisa. Não vejo outra maneira que não seja uma ação oriunda da própria polícia. Distribuir panfletos explicativos, dicas e conselhos, dar entrevistas em jornais e na TV, reunir redes de funcionários ou de usuários “protegidos”, colocar câmeras no interior e fora das agências podem até surtir algum efeito, principalmente no que toca à produção do medo e da insegurança subjetiva.
Contudo, o mais conveniente é a polícia (tanto a militar como a civil) se fazer presente como tal e seguir à risca a função constitucional de manutenção da paz e da ordem. Não é possível que nenhum executivo da polícia, que tenha pelo menos um pouco de poder de agenda, não tenha pensado em ações de investigação, análises de fatos repetitivos, padrões de conduta, reunião e cruzamento de informações geoprocessadas, identificação de potenciais quadrilhas ou mesmo a possibilidade da ação do policiamento civil à paisana. As ações são poucas e singelas e estou ciente de que o policiamento é mais complexo do que isso. De qualquer forma, os dados disponíveis e os acontecimentos que se repetem nas cidades revelam que empreendimentos mais contundentes devem ser levados a efeito. A polícia, em suas ações cotidianas é - por definição - a “polícia do depois”. Ela sempre chega na hora, no tempo e no momento em que se tem uma vítima. Todavia, este tempo é o dela e não o da pessoa vitimizada, a qual muitas vezes envergonhada, ainda pensa em não acionar a polícia. No caso do golpe da “saidinha de banco” a ideia é que a polícia não seja a do “depois”, tampouco a que chega após a mídia ou que fique somente na ocorrência de cada dia. O anseio é que a polícia seja pública e desta esfera faça parte. Tudo para que ela se encontre nos locais nos quais podem acontecer algo em algum momento. Que ela esteja presente antes do meliante, seja para espantá-lo, seja para - pelo menos - como era a antiga dupla “Cosme e Damião”, para nos oferecer a segurança subjetiva do bom dia, do boa tarde e da boa noite.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Moradores de Brumadinho reclamam de abandono do bairro Pires

Bairro Pires está desolado

“Gostaria de manifestar nossa insatisfação com a atual administração da Prefeitura de Brumadinho, referindo ao total descaso e desrespeito com a comunidade do Pires; estamos com o calçamento sem condições de trafegar em função de excesso de pedras soltas, causada pela falta de sistema de drenagem da rua. Outro problema que estamos enfrentando é a ausência de postes de iluminação nas proximidades da travessia da linha férrea, o que favorece a atuação de vândalos no local.
Foi realizado vários contatos com o secretário de obras sobre esse assunto, e após inúmeras tentativas, ele ressaltou que não poderiam atuar devido as obras serem feitas na administração anterior. um absurdo !!! Mas esquecem que foram pedir apoio na campanha eleitoral.
Pergunto se não há um planejamento estratégico por parte dos eleitos de forma que abrange as comunidades de maior carência de infra-estrutura. Não podemos conviver com tais situações que compromete a convivência digna do ser humano, não estamos pedindo luxo , mas sim melhorias simples e básicas que acredito de fácil resolução.
Peço a manifestação da prefeitura por esse mesmo meio de comunicação.

Moradores de Brumadinho cobram a revitalização do bairro Cohab

*Por Maria Carmen de Souza - editora do jornal Circuito Notícias

Os moradores do bairro Maria Ana de Souza (COHAB), estão indignados com uma série de acontecimentos e, o jornal Circuito Notícias apresenta os fatos.
O bairro existe há cerca de 27 anos e, sua estrada de acesso sofreu algumas alterações recentemente, graças a um motivo nobre, que é o favorecimento do turismo em Brumadinho.
O governo do estado construiu uma nova estrada de acesso ao Inhotim e, antes desta construção, todos os veículos que seguiam ao Museu Internacional, passavam pela estrada que cortava a entrada do bairro. O problema é que com a construção da estrada nova foi necessário a construção de um aterro e um muro de arrimo ao lado da ponte sobre o rio Manso e, os moradores perceberam que como a estrada nova ficou muito mais alta que a estrada antiga, caso haja uma nova enchente no rio Manso, a água vai se alagar apenas de um lado do rio e, os leitores já imaginam de qual lado é: isso mesmo, do lado do bairro.
Sendo assim, a obra que beneficia o turismo internacional, por outro lado prejudica cidadãos brumadinhenses, mesmo porquê, depois de quase dois anos, passados da última enchente, ainda não foram resolvidos os problemas dos moradores das casas ribeirinhas, não só do bairro Maria Ana de Souza, como em outros locais que os rios Manso, Águas Claras e Paraopeba atingem, nos períodos de enchente.
Para completar o problema da altura do arrimo ao lado da ponte, os moradores do bairro e, todos os que usam o percurso, precisam agora parar na subida para esperar os carros que vem na estrada nova, sentido Inhotim/centro da cidade. Para os motoristas, isso é um absurdo, visto que o muro de proteção da ponte tampa a visão dos carros comuns. Constatam que o pior, é parar na subida e olhar praticamente para trás para ver se estão vindo carros. E, muitas vezes, os motoristas nem conseguem vê-los devido a alta velocidade. E os pedestres? Como a ponte tem apenas uma passarela, os pedestres estão com um grande problema. A passarela fica justamente do lado que dá para a estrada, por onde os automóveis transitam em alta velocidade. Há sim uma faixa de pedestres, mas como arriscar? Se os caminhões que vêm das minerações e os automóveis que vem do Inhotim descem o trecho em alta velocidade?
A redação do Circuito Notícias entrou em contato com a Prefeitura de Brumadinho, no mês de abril, para saber o que poderia ser feito e obteve a resposta de que um técnico iria ao local para avaliar a instalação do sinal. Mas até agora, mês de julho, a situação do sinal que desfavorece os motoristas que saem da Cohab continua a mesma.
No mês de abril o Circuito Notícias questionou também a passarela, temendo pela segurança do pedestre e, a Prefeitura informou que há um projeto de construção de uma passarela que dá acesso à calçada do lado direito da ponte, para quem sai do bairro, que evitará a travessia do pedestre nas duas mãos de direção. Mas a população ainda está aguardando essa efetivação.
O que está constatado é que a população teve prejuízo com esta obra do governo estadual, mas nada que não possa ser resolvido.

Veículos pesados deixam rastros de poeira

Outra reclamação dos moradores do bairro Cohab é que a estrada de terra que dá acesso a Conquistinha, Farofas e BR-381, por onde trafegam caminhões de minério que prestam serviços às mineradoras instaladas nas proximidades. O caso é que os caminhões passam em alta velocidade na estrada de terra, empoeirando as casas e os pulmões, principalmente dos moradores da rua João Lino Moreira. Uma moradora desta rua, que tem problema pulmonar e, que faz tratamento contínuo, entrou em contato com a redação do Circuito para reclamar da situação a que é exposta. Outra reclamação é de que a terra da estrada está invadindo parte da rua e, atualmente a calçada e rua estão no mesmo nível e, além disso, a rua está emendada com estrada, não se sabe onde começa ou termina o calçamento: “Quando chove é um problema: a água passa por cima da calçada e não tem como entrar e sair de casa sem passar dentro da poça que se forma na rua”, reclama a moradora.
Os moradores pedem providência e requerem que as mineradoras que usam a rua, passem com caminhão pipa para amenizar a poeira.

Creche municipal ainda está no papel

Os moradores do bairro que participaram das reuniões para a construção de uma creche municipal, com a parceria do Inhotim, aguardam desde 2008, o início da construção, prometida para ser efetivada em um terreno onde funcionava uma fábrica de tijolos.
Ano passado, os moradores participaram novamente de outra reunião para mudança do projeto de construção da escola, mas até agora não houve nenhuma mobilização visível, nem mesmo uma pedra fundamental no espaço indicado para o levantamento da escola.
Os moradores não estão nada satisfeitos com o fato, já que a creche que deveria ser implantada tinha o objetivo de transferir as crianças da antiga creche do Inhotim.

Revitalização da Praça

O bairro Cohab foi contemplado em 2009 entre os pioneiros para receber a revitalização de sua praça. Entretanto, como noticiado no Circuito Notícias em edição a este respeito, o bairro não tem praça para ser revitalizada e, sim, um calçadão. Sendo assim, em reunião, novamente, com representantes da Prefeitura e do Inhotim, os representantes do bairro sugeriram que, ao invés da Prefeitura revitalizar o calçadão, revitalizasse a entrada do bairro, que está muito desgastada e descuidada. Sugeriram que em parceria com o Inhotim, criassem um paisagismo arbóreo na entrada do bairro e, pintura da ponte de acesso, assim como instalação de mais uma passarela na ponte. Os participantes acreditam que com a melhoria da entrada do bairro, os moradores serão incentivados a cuidar de suas fachadas. Entretanto, ainda não se vê início desta revitalização.
O que os moradores assistiram, e aplaudiram, foi a reconstrução da rede de esgoto
e da instalação de uma Ete - Estação de Tratamento de Esgoto, fazendo parte da sistematização da Copasa para a implantação do tratamento do esgoto. Mas, ao mesmo tempo que aplaudiram esta efetivação, ficaram insatisfeitos com a empresa que realizou a obra. No final de semana, não tinha como os carros e pedestres passarem sem ficarem atolados, porque a empresa deixou terra solta. A chuva caiu e o ir e vir dos moradores ficou prejudicado durante vários dias.E, a decepção veio depois, pois os moradores esperavam que assim que os buracos fossem fechados, a pavimentação seria com asfalto, assim como ocorreu nos bairros do Jota e Bela Vista, que por sinal, obras que merecem aplausos.
Não se sabe o porquê, mas o asfalto para o bairro Cohab não chegou. Chegou sim, um calçamento tão ruim como o que estava no local antes e, pior, foi colocado com terra vermelha e, não com pó de minério, como é de costume.
Em contato com a Prefeitura a este respeito, no mês de maio, o jornal foi informado que o asfalto ainda chegará ao bairro. “Só que não foi dessa vez”. A Prefeitura informou que o asfalto é uma promessa e será cumprida. Mas, depois de tantas promessas e de tantas reuniões para os assuntos abordados acima, construção de creche e revitalização da entrada do bairro, os moradores estão desacreditados.
Nas reuniões para os assuntos da construção da creche, os moradores colaboraram apresentando projetos e, na reunião para a revitalização da praça, houve morador que levou projeto pronto, para a construção de praça no campo de futebol que há na localidade. Mas até agora, nada de efetivação.
O bairro vizinho mais próximo do Inhotim aguarda a sua revitalização, aguarda a transferência do sinal de pare de quem vem da ponte para quem vem do Inhotim; aguarda a implantação de outra passarela; aguarda a construção da Creche; aguarda o asfaltamento da rua principal, aguarda a efetivação de um paisagismo; aguarda a construção de uma praça. Aguarda a saída do abandono que se encontra e, aguarda respeito das autoridades executoras de obras na região.

GOL DE PLACA NO TURISMO

Por Maria Carmen de Souza - Editora do jornal Circuito Notícias

Os países de todo o mundo acompanham a Copa do Mundo/2010 na África do Sul. Pela rede televisiva o público não assiste apenas aos jogos, mas também vê uma multidão de torcedores, de várias partes do mundo, que foram a África para torcerem para os times de seus países. Certamente, o movimento de turistas na Copa do Mundo na África é maior de que qualquer outro evento já realizado em qualquer outra época, neste país. Não há dúvidas. A Copa do Mundo é o maior evento realizado no globo terrestre, conseguindo cativar turistas de vários países ao mesmo tempo. O evento movimenta o mundo muito mais que as Olimpíadas. Fato curioso, já que a Copa do Mundo apresenta apenas a modalidade esportiva futebol, enquanto que as Olimpíadas apresentam uma série de modalidades esportivas. Mas essa é uma discussćo a parte.
Interessante que mesmo quem não está na África do Sul está tendo oportunidade inédita de conhecer o país. As redes de televisão brasileiras, e do mundo, que estão dando cobertura ao evento, estão editando reportagens sobre as segmentações turísticas do país: gastronomia, história, cultura, econōmia, enfim. E assim, as pessoas que não estão lá no momento, começam a planejar uma futura visita, para conhecer de perto os lugares divulgados na mídia. Um dia desses uma rede de televisćo brasileira divulgou um bar/danceteria que, criativamente, foi instalado dentro de um tronco de árvore: certamente uma árvore bem maior do que qualquer uma que nossos olhos já viram por aqui na região do Vale do Paraopeba. Afinal, um tronco de árvore que oferece espaço para montar um bar e receber cerca de 50 pessoas atiça a curiosidade de turistas.
Mas, o que uma árvore transformada em bar tem a ver com a Copa do Mundo e com turistas? Tudo. Os turistas do primeiro, segundo e até terceiro mundo que têm condições de fazer uma viagem de continente a continente, não saem a procura do que têm em sua terra. A maioria não quer ir para a África para fazer compras em shopping Center. Quer conhecer as particularidades daquele país. Razão disso é que também há reportagens divulgando que os comerciantes da África não estão lucrando o que planejavam. Os centros comerciais não atraem tanto como a rede hoteleira, os restaurantes, os museus, os pontos turísticos, a cultura, o artesanato. Os empreendedores do segmento turístico estão comemorando a visitação, enquanto os centros comerciais não. É claro que os turistas estrangeiros e sul-africanos circulam durante quase todo o dia por corredores enfeitados especialmente para o Mundial, mas dentro das lojas, o movimento não é tão grande quanto fora delas.
E ai entramos na questão Copa do Mundo/2014 que será realizada no Brasil. Certamente o grande público que virá para cá também terá o objetivo de conhecer o que o Brasil tem: gastronomia, cultura móvel e imóvel, cidades históricas, pontos históricos das cidades, turismo de aventura, turismo rural, ecoturismo, enfim, uma infinidade de atrativos que o Brasil tem.
Já faz parte do passado aquela impressão de que turismo no Brasil é Carnaval, sol e praia. Com 5.561 municípios, um clima diversificado, que vai da neve, em Santa Catarina, às temperaturas tropicais do Nordeste e uma natureza variada, o país oferece múltiplas possibilidades e vários “brasis em um só”.
A realização de megaeventos esportivos no Brasil, como a Copa de 2014, abre caminho para a liberação de recursos e para novos investimentos. Os benefícios não se restringirão ąs cidades-sede dos jogos. Outros municípios estrategicamente localizados funcionarão como subsedes para hospedar mais de 30 seleēões de futebol, como por exemplo, os municípios do Vale do Paraopeba, que têm muita coisa para oferecer no segmento turístico, mas que precisam se estruturarem para alcançarem o objetivo de dar hospedagem e roteiros turísticos para o visitante.
De olho na Copa do Mundo e da grande oportunidade de mostrar ao mundo o Brasil turístico, o Ministério do Turismo e as secretarias de Estado do Turismo, como a Setur – Secretaria de Turismo de Minas Gerais, estão criando estratégias. Em Minas Gerais, por exemplo, as cidades foram divididas por regiões, através de circuitos turísticos. No Vale do Paraopeba o Circuito que atende as cidades é o Circuito Veredas do Paraopeba, com sede em Brumadinho. Atualmente 7 cidades são conveniadas legalmente com o Circuito Veredas: Bonfim, Belo Vale, Moeda, Igarapé, Rio Manso, Brumadinho e, o mais recente, Sćo Joaquim de Bicas.
As estradas de ligação entre estas cidades precisam ser estruturadas, pois há até quem goste de transitar em estradas de terra, mas elas precisam estar em boas condições de trānsito. E, elas não estão.Já para os empreendedores, esta é uma grande chance de transformar casas antigas, casarões, fazendas e sítios em pousadas e hotéis. Exemplo é o prédio do Ipsemg em Belo Horizonte que será transformado em Hotel 5 estrelas e, tantos exemplos pelo mundo afora, como na Itália, onde antigas estāncias, palácios e casarões seculares foram transformadas em hotéis e atraem os turistas, inclusive os brasileiros.
Na região do Vale do Paraopeba há muitas construções seculares que podem ser transformadas em restaurantes,bares, cafés, pousadas que atiçarão a curiosidade do turista que virá para cá em 2014.
Vale apenas uma estruturação para a Copa de 2014 para dar um gol de placa no turismo e, claro, torcer para o Brasil conquistar o hexa em casa, já que nćo deu desta vez.

Maria Carmen de Souza - editora/diretora