E a segurança em Brumadinho! Como vai?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Terceirizada da Copasa danifica Meio Ambiente em Brumadinho

A empresa Socienge, terceirizada contratada pela Copasa, vem provocando danos ambientais e sociais em Brumadinho; decorrentes das obras realizadas para a implantação da rede de captação do esgoto.
Desde 2008, a empresa Socienge, empreiteira contratada pela Copasa, vem realizando serviços de canalização do esgoto de Brumadinho . Por ser uma obra de interesse público e complexa, é natural que cause transtornos em sua realização, porém, alguns vão além do aceitável e infringem diversas normas ambientais, além de causar diversos danos.
Em vários locais por onde a obra passou houve entopimentos, ocorridos quando aumentou o volume de água de esgoto, por isso, necessitando de novas obras de reparo, causando grandes transtornos à população.
Na Avenida Vigilato Braga a empresa já refez o serviço mais de uma vez, em diversos pontos, como em frente a loja Master Casa e Bruma –wall mart. As obras já foram refeitas também perto da ponte do lavrado , na Cohab e, em diversos outros pontos.
Muitas vezes o “conserto” desta obra que está em andamento é repassado para a Copasa que envia seus funcionários, obrigando-os a desentupir e refazer o serviço malfeito, sem que o responsável pela execução da obra de canalização seja responsabilizado, sem contar que a obra é bancada com erário público.
O sistema de enterrar a tubulação é arcaico; efeito caranguejo. Como exemplo está a mata ciliar do São Conrado. Neste local os moradores ribeirinhos presenciaram o efeito caranguejo que contribuiu para o assoreamento do rio Paraopeba. Os funcionários cavavam o local para colocar a tubulação, mas se a hora de serviço terminasse antes do previsto para o término do processo, os funcionários entupiam o buraco de aproximadamente 6metros de comprimento por 3 a 4metros de profundidade novamente , caindo terra na boca do último tubo colocado. O fato é que nem sempre a boca do tubo era tampada devidamente para evitar que a terra entrasse dentro dele. Sendo assim, no outro dia cavava-se de novo até encontrar o tubo, muitas vezes quebrando sua ponta de conexão. Um desastre.
O nível de profundidade era demarcado com esquadro manual, feito de pedaços de madeira, no “olhômetro”.
No final da Rua Carlos Nogueira a tubulação foi enterrada desnivelada e, a água, em vez de descer, voltava e enchia os bueiros até que refizeram o serviço novamente. Diante desta obra inacabável do faz e refaz, perguntamos:
1 - No sistema de contratação (licitação) dos materiais , o diâmetro do tubo colocado (aprox. 200 mm) será capaz de suportar toda a rede de esgoto residencial ao longo do rio Paraopeba?
2 -Vários pontos ao longo do rio não tiveram acompanhamento de um supervisor, a obra ficava a cargo de um encarregado e, muitos continuam despejando livremente no rio . A empresa receberá quitação pelo serviço incompleto, como se o tivesse realizado ?
Sugestão : seria conveniente, ante de pagar os valores do término do contrato, fazer relação dos esgotos que ainda são lançados no rio e, verificar o porquê de não estarem ligados à rede.
-A rede de tubulação feita ao longo do rio não dispõe de sistemas de vazão . Se entupir na desembocadura mesmo em enchentes simples toda a rede irá retornar águas de esgoto na área verde contaminando-a sem que nada possa ser feito até que as águas baixem o nível?
Sugestão: a cada 5 bueiros fazer saídas de emergência em direção ao rio ( 2m acima da tubulação/ altura da tampa do bueiro)
No Bairro São Conrado houve desbarrancamentos de matas ciliares no trajeto demarcado e devastado, para colocação da tubulação, sendo necessária realização de gabiões ( Caixas de tela com pedras dentro) para segurar o terreno e evitar que novas e imensas áreas desmoronem para dentro do rio, levando junto mais árvores, terra, vegetações e tubulações de esgoto .

Quem é a empresa Socienge?

A Socienge é uma empresa particular a serviço da Copasa e não se exime de agir dentro dos padrões legais. A Copasa, co-responsável pelos serviços contratados , sendo uma Sociedade de Economia Mista, tem autonomia administrativa e financeira, mas seus contratos em princípio, são precedidos de processo licitatório (arts 37 XXI e 173 III CR/88).
No pátio onde ficaram instalados, no bairro do Jota e, no trajeto das obras, não havia placas informativas a respeito deste serviço de tão grande relevância pública ou contatos dos responsáveis.
A empresa age como clandestina a serviço da Copasa, até partir do local e, não deixar nem rastro, ferindo o princípio da legalidade, moralidade, publicidade, continuidade do serviço público e da eficiência.
A única placa que cita o nome “Socienge” refere-se à canalização do Córrego do Jota e encontra-se instalada na Av. Vigilato Braga, atrás de uma palmeira.
O engenheiro da Copasa, responsável pela obra, “Luiz”, esquiva-se no tempo com respostas evasivas, talvez esperando o mato crescer para esconder danos já causados, dificultando o acompanhamento por parte do poder público. Enfim, a obra como está gera economia para a Socienge e deixa consequentes gastos públicos futuros e, também, mais danos ambientais a nossa cidade.
Urge a realização das contenções previstas (gabiões); a reversão dos danos materiais aos bens particulares destruídos que se encontravam no caminho; a confirmação do diâmetro da tubulação para o volume de esgoto produzido hoje e futuramente; a necessidade das saídas de escape; a relação de todos os pontos não interligados à rede e, ainda, que a empresa informe por qual motivo continuam sendo lançados esgotos, diretamente no rio e, também, se haverá o reflorestamento (gramado para firmar o terreno) nos locais onde enterrou seus tubos .

Cidadãos denunciam a situação ao Ministério Público

O MP já recebeu diversas denúncias a respeito e vem acompanhando este caso de descaso e mau uso do dinheiro público.
Se você foi lesado pela passagem desta empreiteira, manifeste-se. Esta é uma obra feita com o seu dinheiro para bem de todos.

*Jefferson Lana - Jornalista

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