E a segurança em Brumadinho! Como vai?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ambientalistas abraçam a Serra da Moeda em protesto

No dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira que representa a luta dos mineiros pelas riquezas minerais, cerca de 6 mil pessoas realizaram um protesto contra as mineradoras.
Através de um abraço simbólico na Serra da Moeda, em Brumadinho, reivindicaram dos representantes políticos a implantação do Monumento Natural da Serra da Moeda, no trecho denominado Serrinha, onde uma mineradora está reativando uma lavra.
Os protestantes são ambientalistas, pessoas ligadas ao ecoturismo, organizações não governamentais e moradores de Brumadinho, principalmente dos povoados e condomínios horizontais localizados na encosta da Serra, como também, representantes de Nova Lima, Belo Horizonte, Moeda e Belo Vale.
Na parte da manhã os ambientalistas formaram um cordão humano no alto da montanha, que foi seguido por apresentações musicais e culturais de artistas locais, capoeiristas e grupos folclóricos tradicionais da região.
De acordo com os manifestantes, análises técnicas indicam que a lavra na Serrinha, que será explorada por uma mineradora, implicará no rebaixamento do lençol freático, podendo trazer consequências como a secagem de nascentes de água da região, por em risco espécies de flora endêmicas e de fauna ameaçadas de extinção, além de ameaçar o patrimônio histórico, cultural e as comunidades tradicionais e quilombolas.
Segundo os organizadores do evento, em 2010, eles conseguiram, judicialmente, o projeto da mina e perceberam que a exploração impactará negativamente a região em pelo menos mil hectares de mata, afetando pelo menos 10 mil pessoas que vivem na região e preservam a história e cultura.
A reativação da Mineração Serrinha é uma polêmica no município de Brumadinho. A mineradora que está reativando a mina, a Ferrous, já se reuniu em audiência com a população e políticos na Câmara Municipal de Brumadinho para discutirem a pauta, em 2010, onde as lideranças comunitárias representativas, se posicionaram contra o empreendimento, temendo impacto ambiental, social, cultural e histórico no município.
Certamente, a população tem seus motivos de se prevenir contra as promessas, pois já presenciaram tratos descumpridos. Em 2005, quando a Mineração Esperança iniciou seu processo de reativação pelo Grupo Starwood, os representantes desta empresa divulgaram na imprensa que iriam realizar um trabalho social com os moradores do povoado de Souza Noschese, com o intuito de melhorar suas expectativas de vida, não só com eles, mas com todos os moradores menos favorecidos do município. Entretanto, esta promessa não foi cumprida. Os moradores tiveram muitas dificuldades em conviver com a reativação da mina, conforme matérias publicadas no jornal Circuito Notícias. A Starwood também não ficou na localidade, passou a empresa para a Ferrous. Ambas cumpriram TACs – Termos de Ajustamento de Condutas para reativação da atividade e, dentro dele estava o desassoreamento do Córrego Esperança – um ganho considerável para o ambiente. Essa atividade está sendo desenvolvida através de licenciamentos e fiscalizações, dentro das normas de exploração atual, impactando menos o meio ambiente. Mas, em relação à comunidade, o projeto deixou a desejar. Hoje o povoado é praticamente uma empresa. Os moradores venderam seus imóveis para a própria empresa.
Uma boa notícia para as comunidades quilombolas situadas no distrito de São José do Paraopeba, é o título de Remanescentes Quilombolas que garante a conservação de suas culturas e de suas terras. Pela lei elas estão garantidas e nenhuma empresa nacional ou internacional pode promover ou incentivar um êxodo.

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